AFRICANIZAÇÃO REGIMENTAL DO PAÍS


Lamentavelmente, de esta vez sem o papão do PCP sovietizante de 1974, de que nos salvou Frank Charles Carlucci, muito bom a manobrar Mário Soares na direcção certa de uma aparente democracia; de esta vez por isso mesmo sem o papão de uma ditadura de Esquerda sovietizante ou cubanizante; de esta vez só com o abismo de resvalar o Regime para um apodrecimento institucional clamoroso, evidentíssimo, ainda mais gritante que o anterior, com certas entidades que nos deveriam merecer respeito na mão de outras que não nos merecem respeito nenhum, devedoras de favores umas às outras, gratas pelo que ganham, pelo lugar que ocupam, pelo que têm; de esta vez só com a desgraça de por isso mesmo certos cargos e instituições serem coniventes com a Corrupção Política (que Cravinho e Henrique Neto denunciam e à qual Correia de Campos sorri em profundo desdém) como forma de vida portuguesa normal, natural, cultural e absoluta, aliás muito apreciada e muito elogiada pelo poviléu; agora que tudo isto de esta vez, o que é que se vai fazer?! Quem é que vai fazer alguma coisa, quem é que quer e quem é que pode que seja Probo e Leal à Ideia Portuguesa Originária de um Povo Livre e com Orgulho?! Será outra vez Mário Soares, nos dias em que folga, se é que folga, de estar apaixonado pelo ardor bruxuleante do Oco Líder que tanto incensa?! De novo algum militar unicamente insatisfeito com a carreira?! De novo, algum louco sem vergonha do que a Europa das democracias possa pensar de uma revolução neste pequeno pedaço europeu, equivocamente europeu, apenas por chiste europeu, mas muito melhor situável num outro pedaço centro-americano ou centro-africano?! Não. Nada. Ninguém.

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