A AMEAÇA NARCÍSCA DE LIDERAR


Parece um imperativo que a Paz se efective onde mais falta faz, África e Médio-Oriente, mas é igualmente bom que se associe a esta prece e pedido explícitos do Papa aquelas nações hoje em grande perigo democrático, como é indiscutivelmente o caso de Portugal. Enquanto País e suposta 'Democracia', Portugal todo se obnubila, divergindo horrorosamente de uma via natural de harmonioso desenvolvimento e justa distribuição da riqueza. E porquê? Porque o poder foi exercido nos últimos quatro anos numa perspectiva de ultra-direita, segundo o paradigma falido e falacioso de um liberalismo selvático e desumano, mas também por causa das manobras perigosíssimas do partido governamental PS, que é o que mais está a contribuir para uma lógica narcísca e personalística de liderança nacional desde há décadas, depois de Salazar. Sócrates exerce o seu múnus com um absolutismo ofensivo. Converteu a função primo-ministerial numa entidade anacrónica e unilateral numa era de partilha de saberes e de decisões alargadas e sábias ao encontro da sensibilidade alargada dos cidadãos. Demasiado poder (dinheiro, informação, plutoconivência, oligo-intersticiária penetração justiciária) concentrado numa só pessoa constitui um perigo enorme para a maior parte insciente, sobretudo quando o que avulta no detentor é um assombroso Ego, uma entidade meramente Narcísica, repleta de uma luxúria desmedida pelo Poder e nada mais, alijadas que estão as forças vivas e actuantes do plano decisório: «O Papa Bento XVI apelou à paz no Médio Oriente e em África na mensagem pronunciada na Praça de São Pedro, no Vaticano, por ocasião das festas da Páscoa, a mais importante do cristianismo.»

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