BdP: IMPREVISÕES E IMPREVIDÊNCIAS


Cavaco será sempre o homem com o capital de prestígio maior e um dos poucos mais sérios da política portuguesa ao passo que, por exemplo, Mário Soares sempre será o político mais 'majestático', o maior pregador não praticante da Esquerda, e o mais rico dela-política. Ambos moluscos por razões diversas. Em face do descalabro que se pressente para a economia nacional e a julgar pelo que constituíram quatro anos de previsões sistematicamente falhadas do BdP, imprevisões imprevidentes coadjuvantes da grande manipulação argentinizadora dos números pelo PS-Governo e continuamente corrigidas, temos a temer que o silêncio de Cavaco seja o que é: em geral pernicioso para a consciência nacional porque permissivo com o voluntarismo inorgânico do Executivo. As previsões do BdP falham sempre e por isso já se sabe que a realidade será ainda mais negativa, pois o PS-Governo não se liberta da lógica-pretexto de combate ao défice defunto mediante uma fiscalidade arrasadora, incomportável para as pessoas em face dos seus parcos rendimentos e da deficitária riqueza distribuída e por isso mesmo, em cima da Crise da economia, o Estado converte-se no teimoso coveiro obstinado dos agentes económicos e se é com dinheiro fácil que acorre pontualisticamente e a dedo a algumas empresas, segundo critérios que alguns dizem de viabilidade objectiva e outros dizem de carácter político-oportunístico, o certo é que nada de organizado e mobilizador está a ser feito nem se vislumbra um posicionamento de seriedade e urgência no Socratismo Sorridente e Impudente. É preciso ter moral para liderar e locomover as energias gerais e o entusiasmo da maior parte, mas tal é impossível num PS-Governo voraz, autocentrado, capturado pela luxúria exclusivista e gulosa do Poder e das benesses às suas ávidas clientelas, o que exclui o devido patriotismo, sentido de unidade e mínimo sentido de Estado. É por isso também que nunca como com esta Legislatura a Despesa Pública aumentou tão perigosa e exponencialmente, ameaçando a viabilidade de Portugal. Em face de tudo isto, Cavaco pratica um silêncio que dificilmente se compreende. O PS-Governo faz de repente o discurso social da boca para fora, mas tem uma actuação social nula em quatro anos de insensibilidade e autismo completos, actuação negligente, desregulada, neo-liberal no sentido da mais pura da lei da selva. Rédea solta ao fingimento governamental em inúmeras matérias e incontáveis dossiês perante um PR que não é incisivo nem interpreta a perplexidade das gentes nos planos económico, justiciário e mesmo do jogo político puro, que a megapropaganda governamental subverteu contra a enorme necessidade de respeito dos poderes eleitos pelos cidadãos e prática de Honestidade e Verdade em todas as coisas por que vamos clamando todos os dias: «Cavaco Silva escusou-se ainda a comentar os programas lançados pelo Governo para combater a crise, alegando que "compete aos analistas observá-los com todo o cuidado e verificar se dão ou não resposta aos factores críticos", e considerou também não ser o momento para falar sobre as eleições europeias, marcadas para 7 de Junho.»

Comments

margarida said…
O senhor sempre me entediou, com a máscara de cera e o esgar seco.
E é tudo o que se me oferece a propósito da figura.
O resto é óptimo.
Sublinho.

Popular Posts