REQUERER RECORDE E PARTOS PÍFIOS


É grande o protagonismo repetente e louvável a iniciativa de João Correia, mas a sensação com que se fica é que, em todos os casos, depois das mais voluntaristas iniciativas, pelas quais se sobrepõem e amontoam os inquéritos, as audições e os requerimentos que os accionam, nenhuma clareza ressalta para a Opinião Pública e a Opinião Pública também é gente. Por exemplo, ainda nada sabemos sobre os mecanismos que determinaram as várias fugas ao segredo de Justiça do 'romance' freeportiano, segundo outra iniciativa de João Correia. Mas também nos questionamos sobre se o edifício da Justiça (tal como nos parece e se revela: assente em e sequestrado por forças enraizadas e obscuras do Centrão) não carece de uma massiva devassa e em alguns casos a entrega de comendas a quantos lhe violam os segredos desde que a bem do ressuscitamento, reactivação e bom andamento de processos zombies, como era o Caso Freeport. É mau que nestas questões se queime o mensageiro, ignore a mensagem, e se deixe impune e intocável o emissor: «O Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) que reúne extraordinariamente na próxima sexta-feira à tarde para discutir o caso Freeport poderá vir a ouvir os dois procuradores titulares do inquérito, Vítor Magalhães e Paes Faria, e separadamente o director do Eurojust, o procurador-geral adjunto Lopes da Mota, suspeito de ter exercido pressões sobre os magistrados que investigam o outlet de Alcochete. A proposta para estas audições foi apresentada pelo advogado João Correia, membro do CSMP eleito pela Assembleia da República. O objectivo é perceber se houve pressões sobre os magistrados encarregues pelo processo Freeport, quem as fez e com que finalidade.No requerimento, João Correia, diz querer ainda saber se os procuradores entendem que houve violações do segredo de justiça neste caso. Os restantes 18 membros do conselho têm até amanhã para se pronunciarem sobre a proposta de João Correia. Entre eles está o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que preside ao CSMP.»

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