SOCIEDADE ANÓNIMA DAS PRESSÕES


Depois dos comunicados sucessivos que nos comunicam o quanto os principais actores e superintendentes do 'romance' Freeport andam aos papéis, espera-se que pouco emane do secretismo de esta espécie de acareação entre o PGR e o Presidente do Eurojust, afinal velhos conhecidos nas andanças da magistratura e que poderão ter uma conversa absurda mais ou menos de este teor: «Ouve lá, ó Lopes, diz-se por aí explicadinho nos jornais e na TVI que tu pressionas a malta que detém a 'novela' do Freeport. E até explicam como. Estás mais magro, pá!» O outro dirá que é falso, jurará e perjurará que não e retorquirá, mudando de assunto, que ontem o comunicado do PGR é foi impressionante: «Ó Procurador, foi engraçado o que disseste ontem. Que não havia pressões no 'romance' Freeport. E, de uma penada, conseguiste pressionar os que se dizem pressionados a pensarem duas vezes antes de se declararem pressionados. Disseste que não havia nem poderia haver pressões, mas que as minhas alegadas pressões seriam conversadas e investigadas. E cá estamos. Pronto. É isto. Está conversado. Vamos à nossa vida? Estás mais gordo, pá!» No fim, saberemos que não houve, não há nem poderia haver pressões alguma vez. Se o PGR e o Presidente do Eurojust o dizem, a muitos isso basta. O problema é ter a política e os partidos do Centrão alongado por demais a manápula e sabermos serem estes e outros homens extensões dos desígnios de poder que em muito extravazam os da Justiça. As duas Justiças, a dos Fortes e a dos Fracos segue dentro de momentos: «O presidente do Eurojust, organismo europeu de cooperação judiciária, confirmou hoje uma reunião com o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, marcada para as 15h30. Numa resposta enviada por correio electrónico, Lopes da Mota admitiu que foi "convocado para uma reunião" com Pinto Monteiro, não adiantando se o tema do encontro é o caso Freeport e as alegadas pressões aos magistrados titulares do processo.»

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