WIKIBRECHAS NA FACHADA DEMOCRÁTICA

Provavelmente, é manifestamente exagerado o título de maior democracia do planeta com que se apoda os EUA, quando por lá se fala exageradamente em assassinar Julian Assange e noutras medidas de sepultamento definitivo da sua liberdade de expressão e de que mais a apanhar. Sabemos bem que essa democracia sabe ser letal. Assange arrisca-se a transformar-se num novo Cristo, com um apressado destino mortal similar, por ter vergastado os vendilhões do statu quo planetário com a real medida do que deveria ser o respectivo serviço aos Povos pelas vias do respeito dos direitos humanos, do meio ambiente e da igualdade na diferença entre os diversos estados: «Além de segredos militares e diplomáticos dos EUA — principal alvo das “wiki-fugas” de informação —, a organização já tornou públicos documentos sobre membros de um partido racista britânico, a descarga de lixo tóxico na costa africana e corrupção empresarial, entre outros pacotes de informação. Na Islândia, a Wikileaks foi consultora do parlamento na criação de legislação que transforma o país num paraíso da liberdade de imprensa. A legislação foi aprovada por unanimidade parlamentar em Junho. Na origem da decisão extraordinária da Islândia esteve a sua crise financeira, que se deveu em parte ao secretismo em negócios de bancos. Os telegramas diplomáticos ultimamente anunciados pela Wikileaks serão, muitos deles, irrelevantes enquanto material jornalístico ou de interesse público, como aquele em que um diplomata dos EUA “explica” que Putin e Medvedev são como Batman e Robin; o “fait divers” apenas sugere que o diplomata estaria mais bem colocado na Disneyland, a fazer de Pateta.» Eduardo Cintra Torres

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