CONCUBINO DA RAINHA DA CHINA

Era somente um sonho, mas nele a rainha da China enamorara-se de ti e pedia-te que rebolasses no chão, meio desnudado. Por ela. O Congresso, reunido em torno dos desejos da rainha da China, talvez presidente-mulher ou coisa que o valha, fazia um silêncio absolutamente concorde no sumo mandato de que rebolasses por ela, ali, no chão do Congresso e tu não tinhas por que te negar de o fazer seminu pelo chão disciplinado do Congresso, coreografando os sentimentos e derreios da entrega, lá, onde o desejo de ti, evidentíssimo na face e na boca da rainha da China, era todo um programa. Lisonjeado, tentado por uma altíssima recompensa, rebolaste o teu corpo e meneaste a cabeça como numa dança que prenuncia ou antecipa o por que te quer a rainha da China e o por que te lhe rendes. Nessa noite serias todo da rainha da China, uma sedutora irredutível, cabeça de Hu Jintao, 胡锦涛, corpo de mulher, uma matrona quase varicosa, rendida a ti, seu concubino, pelo menos por essa noite, como um sonho dentro do sonho.