PELA DESSUBALTERNIZAÇÃO

Sim, todas as energias do Executivo estão apontadas ao combate rápido, imediato e eficaz ao endividamento excessivo do Estado, cavado exponencialmente em seis anos de socratismo torpe e que nunca esteve nem na sua agenda nem no seu discurso. Sim, há austeridade e austeridade. No caso Português, será necessário extrema criatividade e absoluta solidariedade para evitar os malefícios de uma recessão inevitável, com a diminuição da receita. O crescimento, em Portugal, terá de assentar numa nova interiorização dos conceitos 'racionalização de gastos' e 'poupança' como há longas décadas não éramos capazes. Da União Europeia nem bom vento nem bom casamento. Nada há a esperar ali. Só podemos contar connosco e com aqueles que nos estão espiritualmente próximos em África, no Brasil, na Ásia: quem souber lançar pontes, com um ímpeto novo, estabelecer bons negócios de benefício mútuo rápido e evidente das partes, triunfará e catapultará Portugal para diante, apesar da egoística e fraccionada Europa. O Governo passos-coelheano não tem por enquanto outra alternativa senão aumentar os impostos, conforme tem feito. Ir mais longe que a Troyka, por muito que custe aos detractores, só prestigia e consolida a posição de Portugal no areópago mundial da finança e dos negócios, quando comparado com o terrível exemplo grego. Por isso, aplaudo tudo o que se possa fazer contra a dívida e o défice. Na rua, todos compreendem a necessidade de sacrifícios. Todos percebem a emergência dos cortes, desde que o exemplo também venha, simbólica e efectivamente, de cima. O nosso desenvolvimento nunca mais assentará na omnipresença e omninfluência paternalista e corrupta do Estado-Partido, dono da iniciativa, estrangulador das oportunidades. A meta é o regresso do mérito pessoal e da capacidade de trabalho como bitolas básicas em todos os domínios. A meta é regressar aos mercados em 2013 e manter sustentado o crescimento das exportações, na medida em que se dê franco reforço à produção alimentar nacional, por exemplo. O comunismo falhou e o capitalismo caducou, restando-lhe transformar-se, isto é, humanizar-se: em Portugal a Igreja Católica é fortemente supletiva das funções do Estado, instila uma ética comunitária, um sentido de bem comum inerente ao trabalho e à partilha. A iniciativa individual terá de ressuscitar, substituindo a multidão de subsidiados, falsamente necessitados, que contamina e desorienta tantos e tantas que trabalham, transpiram e se ainda vêem esbulhados pelo Fisco e pelo custo de vida. O socialismo sorna, altivo e papal, subalternizou os portugueses civicamente, criou dependências tóxicas e lugares cativos no aparelho de Estado, e comprou eleitores segundo essa mesma lógica venenosa de injustiça subsidiarista, toma-lá-subsídio-dá-cá-voto. A revolução político-económica em decurso, conduzida pelo PSD/PP, é, portanto, copernicana, última oportunidade para mudar rápido e bem. Nós não somos Povo para desafios frouxos. Somos Povo para os mais extremos deles. Este é só mais um. 

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