OMERTÀ SOCRATISTA ABSOLVE OMERTÀ MOZARTIANA

As guerras dentro do Centrão são o que há de mais ambíguo e complexo, uma vez que o que as norteia são pequenos ganhos tácticos pela conspurcação do adversário, ainda que colega e sócio no grande bolo da política e dos negócios por ela propiciados. Daí que no, affaire Secretas, a omertà socialista-socratista por um lado triunfe com o encalacranço de Montenegro e, por outro, venha absolvê-lo com a desculpa de que quase ninguém propera para além das lógicas secreto-societárias. Fraco argumento. As conferências de imprensa em directo por causa dos relatórios da deputada social-democrata Teresa Leal Coelho foram contraproducentes para a defesa de honra do líder parlamentar: quando deputados vêm branquear as implicaturas de uma pertença a sociedades secretas, remetendo-as para o domínio das opções privadas e da liberdade pessoal dos deputados, nós desconfiamos. Não lhes compete lembrar-nos as estremas em que se move a deputação pois essas estremas, desde há décadas traídas e falseadas, não são respeitadas. A filiação de Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, à loja maçónica Mozart faz as delícias dos socratistas, mas interessa-lhes simultaneamente aparentar absolver o pobre Montenegro. Ganho? Talvez a demissão do líder parlamentar do PSD ou a diminuição da sua independência moral, por não se poder demarcar de praxis transversais a esse mesmo Centrão ambivalente e semovente, por mais que insista na sua obediência e devoção absoluta aos mais altos interesses do Estado Português. Certo é que a história não cheira bem. O Centrão é voraz e as sociedades secretas com os seus grupúsculos de ávidos movem as influências e exercem as pressões necessárias para a satisfação dos seus interesses, poder e necessidades. Acerca das Secretas, sabe-se que foram feitas escutas telefónicas a um jornalista do Público; sabe-se que Jorge Silva Carvalho, director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa até Dezembro de 2010, jogou habilmente em dois tabuleiros: no SIED, informava a Ongoing; a partir do momento em que foi trabalhar com Nuno Vasconcellos, passou a informar o SIED.  Este tipo de contaminação e ambivalência encaixava como ginjas no longo historial de promiscuidade com que Sócrates, prestes a disputar eleições, telefonava às redacções, pressionava directores de Jormais, conspirou contra a linha editorial TVI, pintou o diabo a quatro. Ninguém estranharia, verdadeiro ou falso, que isto de a Ongoing e da Impresa disputarem mercado, tivesse o seu dedo. Resta saber se o Ricardo Costa do Espesso Merdortográfico vai continuar excitado, espasmódico e orgiástico com este filão; se Montenegro se aguentará em funções como os velhos sempre-em-pé do socratismo; se os socratistas, de conspiração politiqueira em conspiração politiqueira, estão mais próximos da beatificação de Sócrates e da lavandaria final dos seus crimes à custa de gritar «Lobo! Lobo!»

Comments

Caro amigo
De facto não podemos dar descanço á besta maior.
Para isso estamos a apelar á máxima divulgação da petição que pretende levar a julgamento j.socrates, por crimes de lesa pátria.
Esta petição para julgar o CANALHA-MOR, já ultrapassou as 30.000 assinaturas!!!!
Por favor, divulgue.
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N9288
Anonymous said…
Como V. Joaquim acabou de escrever, seria bem melhor que toda esta rapaziada da política - cheia de sangue na guelra mas também de responsabilidades públicas (porque foram eleitos) - não estivesse 'inscrita' ou pertencesse a coisa nenhuma: a reputação é sempre difícil de limpar, principalmente quando não é possível dizer olhos-nos-olhos a verdade e toda a verdade; pelo menos sem rir. Montenegro não tem maneira de provar "que não pertence" e os outros - desobrigados de "provar que pertence" - exploram o filão das suas incomodidades. Estes clubes "dos Cinco" e "dos sete" na sua casa da árvore não fazem sentido e deviam ser banidos. Se continuarem servirão sempre de possível fachada, protegida por lei, a toda a sorte de artimanhas. A classificação de "Loja Maçónica" é um escudo, é o bode que se traz prudentemente à trela quando se sai a vigiar as feras do Parque, é o pára-raios das desconfianças, é "A BARBA" (the beard) como diria Woody Allen - uma coisa para desviar as atenções. Ou então - pobres rapazes - eles gostam mesmo daquelas merdas das vendas, das 'mortes', dos 'dédalos', das luvas, dos aventais, dos esquadros, dos sabres-da-guarda-municipal, do xadrez no pavimento, das barretinas e tricornes e dos "trabalhos" - assim como das passeatas em número ímpar. Pelo Amor de Deus!

Ass.: Besta Imunda

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