SOCIEDADES SECRETAS, LATA DE VERMES DESTAPADA

«Ninguém tem totalmente razão. Um segredo é invariavelmente mau quando é algo que 'nós' desconhecemos. Por outro lado, é bom quando 'nós' sentimos que desse modo temos mais tranquilidade, poder ou influência; no fundo, mais ferramentas (informação é Poder). JFK foi autor de grandes frases, discursos, políticas; e levou à prática coisas assinaláveis nos EUA de então. Porém, o seu bem-estar e a sua sorte assentavam - segundo biógrafos e historiadores - na fortuna que seu pai acumulou por via do tráfico de álcool durante a Lei Seca, assim como pelas influências que aquele moveu em benefício de Famílias Mafiosas. Mesmo a eleição renhida de JFK terá tido o auxílio dos sindicatos dominados pelo crime organizado. Depois, temos o seu já conhecido e inegável gosto pela putanheirice: aí, os SERVIÇOS SECRETOS tiveram um papel incontornável na protecção do carácter (ou falta dele) do Presidente, no encobrir das suas escapadelas e dos seus vícios. Acresce que, como Presidente, era seu dever usar os Serviços de Informação e de Espionagem (secretos...) para proteger a República e o chamado Mundo Livre. Coisas secretas e contraditórias. Corre-se o risco de, conforme estas questões vão sendo mais e mais afloradas, se caír no fanatismo e na teoria impraticável mais raivosa; exagero? O assunto doméstico  e patético  da Maçonaria e das "Lojas-49" está a atingir o paroxismo informativo e a despertar as mais estranhas "vinganças" e trocas de doces palavras: de repente os maçons (sejam verdadeiros, falsos, putativos ou apenas adormecidos) querem silêncio acerca "das suas vidas e práticas"; alegam "que têm o direito", que são filantropos, pacíficos e exigem aos críticos que os deixem em paz, apesar de persistirem pública e teimosamente em ter um clube com morada e nome conhecidos (talvez até n.º de Contribuinte) mas cujos fins devem permanecer encobertos (???). Ou seja: os poderosos e bem organizados reclamam para si o monopólio do secretismo  não será exactamente assim, mas é mais ou menos assim. Estranha reviravolta, pois do que se tratava inicialmente era de alguma eventual prática de corrupção e de tráfico de influências a coberto da Maçonaria (regular ou irregular, tanto me faz). No fundo, os maçons foram vítimas de si próprios na Comissão  o 'povo' estava a Leste destes assuntos. A lata de vermes foi destapada por eles próprios  e o furo jornalístico despenteado não tardou a explodir. Já Santana Lopes brande um estranho e passivo argumento: "só agora notaram que a Maçonaria existe?", como quem diz que "só agora notaram que influências e negócios sempre se fizeram à margem do escrutínio público e a coberto de organizações tradicionais?" (Maçonaria, Opus Dei, Ordem de Malta, Rotários, Vicentinas). Mas então, senhores, desista-se já do combate ao crime económico e ao tráfico de influências e de informação; que se desista já de castigar compadrios e colocações indevidas. Quanto a mim, não quero conhecer a 'intimidade' de ninguém, muito menos saber se aperta mão assim ou assado, se usa ceroulas ou cuecas. Notável que se estime que cerca de 75% dos deputados sejam de uma qualquer maçonaria: dá cerca de 173 em 230. Estima-se também que "existam cerca de 4000 membros em Portugal"; a ser verdade devemos assumir que uma parte significativa (75%) estão na política 'activa' ou 'adormecida' - ou seja, 3000! A acreditar em Arnaut e em outros Grão Mestres, todos estes beneméritos cultivam compulsivamente "o bem comum", os "valores humanísticos e de solidariedade", o auxílio aos irmãos necessitados, os valores republicanos e "das Luzes" (!...). Cheira a demasiada 'bondade' assim tão concentrada em São Bento e nos gabinetes que decidem a sorte do Zé-Papalvo. Com tanta inteligência, elitismo, filantropia, bondade e valores republicanos seria de esperar que o País estivesse próspero, rico, feliz, dourado e em estreita comunhão com o Supremo Arquitecto. Mas não está Besta Imunda

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