DESPESAS DE GABINETE, DERRADEIRA DESVERGONHA
Estava na cara que o Governo de José Sócrates vivia pela imagem e pelo soundbyte. Gastava-se à fartazana e a começar pela profusão de rosas com que, consta, Sócrates atafulhava o seu apartamento, luxar eram um must. Desgovernava-se dependurados na sapiência rasca e rente ao pó das assessorias de imagem e nada mais: tornou-se lendário esse artesanato da comunicação e da ferocidade. E era uma arquitectura cara, uma tecnologia da trapaça reluzente e que culminou no Célebre Congresso Norte-Coreano. Imensos jantares em recantos de luxo exclusivos à pala do contribuinte, infinitos pequenos-almoços criativos a expensas do contribuinte, muita cabeça a trabalhar unicamente na forma de nos dar baile através dos media com a máxima eficácia e ir empurrando com a barriga o cerne dos problemas nacionais. Se os actuais ministérios têm agora de fornecer dados relativos a várias despesas dos diversos gabinetes governamentais, cartões de crédito, telefones, pagamento de despesas de representação, subsídios de residência, cujos documentos foram solicitados pela Associação Sindical do Juízes Portugueses (ASJP), e que os anteriores governantes procuraram não fornecer, é bom que se apure a 'sensibilidade' socratista, a 'contenção' socialista-socratista, em ambas as legislaturas, e especialmente nas vésperas da intervenção externa. Vão ver que não havia pai para os abusos continuados. Vão ver que nada os detinha. Nada.
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