SEGURO VÍTIMA DE UM LEGADO-ESTRUME

Estupidamente, o PS não está em condições de fazer ou pensar em fazer oposição tradicional [isto é, peixierada] ao Governo. Seguro está órfão de ideias e de opções. A política governamental em grande parte é uma coisa alemã, gizada em Berlim, passível de chantagem pela realidade grega e mais ou menos susceptível aos humores dos mercados sediados em Wall Street. Têm sido seis meses de Governo onde a tentação de aparecer para dizer bacoradas e assustar os portugueses se sobrepõe à realização de qualquer linha coerente de acção e congregação nacional. É por isso profunda e miseravelmente cínico esperar algo mais de António José Seguro que a recusa visceral do legado-estrume de José Sócrates. Porque, sim, o Memorando assinado com a Troyka vincula o PS ao que é necessário fazer. Não fomos a tempo, digo a Opinião Pública, de moderar os ímpetos extremistas da seita de José Sócrates: entre o Abortismo Militantóide e Abjecto e a pré-bancarrota disfarçada e dolosa, havia demasiado controlo mediático e compadrio opinativo para a prevenção atempada do nosso acidente nacional. Sim, tudo se reduz à política brutal de austeridade que a retórica de Passos em nada modula ou reveste do suficiente sentido redentor. Mas a brutalidade do despesismo socratista chegou sorridente, passou sorridente e exilou-se sorridentemente em Paris, com a complacência dos media domesticados e mesmo dos políticos no activo, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Como é que Seguro há-de ter um rumo próprio, amarrado que está a um legado odioso, senão arrasando primeiramente com esse passado tenebroso de uma coisa abominável em forma de líder?

Comments

floribundus said…
sócrates emprestou o ps a Seguro enquanto durar a emigração de luxo

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