O GALLO DA FRESCURA
No Brasil, toda a gente adora o azeite português. Há qualquer coisa inculcada acerca dele que parece indelével e vozeado de geração em geração e de ouvido em ouvido como algo de tão milagroso quanto o farmacêutico alho, por exemplo. À mesa, quando se petisca sem olhar para as horas e as agendas, carne assada, água-de-coco, rubacão, há sempre o azeite. Uma lata de Azeite Gallo sobre a mesa. Nunca esquecerei o facto de uma das comensais, em convívio numa dessas tardes brasileiras de calor e afectuosidade, ter literalmente bebido azeite como se bebe um shot de cachaça. Este conflito pateta parece uma "frescura" mais norte-americana que brasileira: num País onde quase todo o mundo, mas mesmo quase toda a gente, é escura e deliciosamente escura, não estou a imaginar uma marca a querer melindrar a cor de quase toda a gente. Que é que se passa com estes brasileiros que estão a mudar, dando a frioleiras?!
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