RUI TAVARES, O HOMEM DO DINHEIRO
Incrível a descoincidência relativamente à Parque Escolar entre os pressupostos de Santana Castilho e os de Rui Tavares. Para este último, as derrapagens na PE estão bem e recomendam-se porque fundamentadas em questões de área e submissão às Novas Leis Energéticas. Crato é que quis retirar dividendos políticos, contaminando os factos para melhor ver evacuados os quatro gestores da PE, com Cintra Nunes. Por que é que o Rui não se chega à frente para suportar os respectivos encargos bilionários?! O Rui só pode ser o homem do dinheiro. Que se lixe o cuidado! Que se lixe a parcimónia! Basta fazer não as contas e gaste-se à tripa-forra por causa da lei e pelas razões que se quiser aduzir. É a vida: «Passemos à Parque Escolar. Em tempos
que já esqueceu, Passos Coelho incomodou
muitos políticos, Cavaco Silva incluído, ao
defender a necessidade de responsabilizar
os políticos civil e criminalmente. Até
Louçã falou do facto como mera fantasia.
Todos se esqueceram que Passos Coelho
apenas clamava pela aplicação da velha
Lei 34, de 1987, sucessivamente alterada
em 2001, 2008 e 2010 pelas leis 108, 30
e 41, respectivamente. Passos Coelho,
prudentemente, esqueceu-se desse tempo.
No programa eleitoral, que a seu pedido
escrevi e ele aceitou, primeiro, para renegar,
depois, estava sumariada a história da
Parque Escolar e traçado o seu futuro. Para
quem o tenha lido,
mais o que nesta
coluna assinei sobre
a Parque Escolar,
em 26 de Fevereiro
de 2007, primeiro,
e em 17 de Fevereiro
de 2010, depois,
as conclusões do
relatório são meras
redundâncias. O que
é novo é que este
Governo pactuou
oito meses com o
esquema. O que
agora diz da Parque
Escolar, diz dele
próprio. Porque a
Parque Escolar é
uma empresa com um só dono, o Estado.» Santana Castilho, Público
l
«Quando finalmente tivemos
acesso ao relatório os 400% e o
despesismo desenfreando eram
letra de lei. Mas o que é que
nos diz a auditoria? Que Nuno
Crato, que antes de ser ministro
é matemático, tem uma relação
muito peculiar e distendida
com os números. Uma por uma,
todas as suas afirmações são
desmentidas pela fonte que,
aparentemente, citou mas nunca
se deu ao trabalho de ler.
Os custos subiram 70%, sim,
mas a própria auditoria diz que
esse aumento “foi essencialmente
devido ao aumento de área
de construção por escola”. E
aumentaram por uma razão muito
simples. Porque, entretanto, no
segundo país da Europa com
menor percentagem de jovens
entre os 18 e 34 anos com o ensino
secundário concluído decidiu-se,
e bem, aumentar a escolaridade
até ao 12.º ano. Assim, escolas
projectadas para 800 alunos
viram o seu espaço crescer para
acomodar 1230 (um aumento
de 52%). A aprovação de novas
leis energéticas obrigou a um
sobrecusto de 800 milhões de
euros (mais 15%).» Rui Tavares, Público
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