O QUE VAMOS COMER?
Sou contratado há dezasseis anos. Tenho tido colocações sob horários incompletos, com o BES mês após mês penhorando diligentemente o meu penico salarial. Tem dado para comer e mal. Por vezes economizamos tudo o que temos só para ir visitar e amar o resto da família, lá no fim do mundo. No próximo ano lectivo, calculo que voltemos milhares ao deserto do desemprego, à tentação de emigrar, ano após ano, tratados como escolhos e lixo pelos ministérios, pelas governações. A Troyka exige? Crucifiquem-nos, vá. Assumam-no. Mas, já agora, antes que a rua incendeie sem retorno, por que não instauram uma moralidade sueca na política?! Sim, nos carros, nas ajudas de custo, em tudo aquilo de que os suecos prescindem e os portugueses não. Por que não procedem a uma reforma eleitoral sueca para que os deputados sejam nossos, não dos partidos, e não mais se reduzam a símbolo de venalidade, pontífices dos interesses instalados diametralmente opostos aos dos do Povo Português?!
Comments
Não está a ver alguém em Portugal ter este nível de civismo pois não? E sabe porque? Porque a noção de que o interesse colectivo pode estar acima ou pelo menos em pé de igualdade com o interesse pessoal (pasme-se!) não pega facilmente nos estados latinos. Vão ainda ser precisas muitas e muitas gerações.
Para se ter uma moralidade sueca é preciso ser-se ... sueco. Ou pelo menos não português, nem italiano, nem grego, nem ....
Virginia
se não tivesse perdido a fé há muito,
rezaria uma oração por si.
Se é que serve para alguma coisa,
com a minha simpatia pouco útil.
"uma reforma eleitoral",
uma impossibilidade, com esta gajada.
E como "já não padres nem militares", conforme Joaquim Aguiar, assessor de dois PR,
nada a fazer.
Bm
agora estás grego e vens chorar?