BIL CLINTON, SÓCRATES E PASSOS COELHO


O discurso de Bill Clinton, na convenção dos Democratas, é, como toda a gente apontou, uma lição de elevação e factualização lógica do debate político. Nele, o ex-presidente explicou as dinâmicas da economia fragilizada pelos erros e absurdos cometidos pelas administrações republicanas no passado, e, rebatendo, ponto por ponto, expôs todo o lixo erróneo por que se pela, nesta campanha, a facção ultra-direitista que tomou o Partido Republicano, partido que, nos Estados Unidos, equivale à defesa dos ricos mediante os mesmos processos demagógicos com que o PS de Sócrates arruinou os Portugueses. Com um brilhozinho nos olhos. Não, não há qualquer nexo entre o Partido Democrata norte-americano e o PS português, pelo menos o PS dominado pela facção mais rapinante que no passado o tomou, intrujando, gesticulando, ganindo histéricamente, soudbytando, simulando altruísmos ao arrepio das acções de rapina: gastar sem riqueza; distribuir sem produzir, o optimismo de levar-nos inexoravelmente ao fundo. Foram cinquenta minutos de qualidade extrema, oratória brilhante. Clinton ensina o que é pensar na sociedade como um todo e na sábia aritmética entre fiscalidade, pagamento da dívida pública e cumprimento de compromissos sociais. Senti inveja daquela comunidade fraterna e cúmplice de norte-americanos, cujos líderes, neste caso, Bill Clinton, pensam efectivamente nas pessoas, usam os factos da economia por causa delas, usam os números com o pensamento nos mais frágeis, e tudo, afinal, com cumplicidade, compaixão, patriotismo e humanidade para com quem vota, isto é, com autenticidade e verdade, perante o seu eleitorado e auditório. Esse tipo de empatia não a temos cá. Não é só oratória. É paixão por gente e amor pelo País. Cá, temos a secura e a insinceridade. Cá, temos a economia como pretexto para esmagar e esbulhar sempre as mesmas pessoas. Cá, temos alguns merdas do Blasfémias escrevinhando em nome de quem tem milhões e deveria ter mais à custa do pescoço ainda mais vergado de quem trabalha. Cá, temos a mentira, o charlatanismo, a iincompetência e a cara de pau político-partidários e Sócrates o respectivo apogeu negro e cretino. Cá, temos duas formas e dois cheiros da mesma merda que só muda nos modos de usar, mas não na substância, PS e PSD. Cá, segregamos um ladrãozeco de pacotilha que hoje chupa os seus milhões ilícitos em Paris, mas também temos um Povo que pouco se importa com isso. Cá, temos Passos Coelho que da empatia cúmplice com o eleitorado, na campanha eleitoral, cedo se transmutou em qualquer coisa de ausente ou fechado para obras no grande Aquário do Centrão. Estamos, portanto, fodidos! Quando se ouve e vê Bill Clinton fica-se com saudade do impossível por cá.

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