CLEPTO PETRODEMOCRACIA DOS SANTOS

O líder do MPLA vai cumprir novo mandato de cinco anos
Algures no século XX, década de setenta, quando por cá ainda se hesitava entre um socialismo na órbita do dogmatismo soviético ou qualquer coisa de ambíguo no grande jogo global da Guerra Fria, talvez que sob os fumos do financiamento da CIA ocorresse a algum líder partidário, incapaz de ler os dossiers da governação, que não havia nada melhor que ser partido único. Único no poder e ascendente sobre a sociedade, uma espécie de Sport Lisboa e Benfica da Política Partidária, esmagador, unânime, incontestável, com os restantes árbitros institucionais sempre a favor. Ser partido único é manobrar todos os fios, controlar todas as linhas, estender todos os tentáculos, viver da grande Aparição do Dinheiro, da Grande Protecção Justiciária em Qualquer Aperto, e no entanto proclamar todos os dias um grande amor à democracia e ao pluralismo. Enriquecer a partir da política, em Portugal, é passar a outro estágio de beatitude venturosa. Como isto apesar de tudo ainda não é África, a coisa confinou-se à gamela dos orçamentos: Partido Único passou a ser o dos que mamam sempre, beneficiando directamente dos recursos públicos qualquer que fosse a cor do Governo. Em Angola, o Partido Único é ainda mais único. O septuagenário Eduardo dos Santos conseguiu tudo para si, para a família e para a elite monopolista que forjou. Em Angola a unicidade partidária por becos, portas e travessas, domina as mentes e os corações com apenas alguns focos e rebelião logo enquadrada e remetida à reflexão presidiária. O MPLA é o Estado Angolano e o Estado Angolano é o MPLA. E assim sucessivamente.

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