CUSPINDO SANGUE

Passos falou, mas já não se trata apenas de acrescentar austeridade à austeridade. Por causa do pagamento da dívida, a nossa capitulação é completa e os castigos sobre o trabalho brutais. Fica-se a saber que para 2013, reposto o que estava ameaçado pela decisão do Tribunal Constitucional, acrescidos de mais 400 milhões de euros correspondentes à diferença entre a descida da TSU para as empresas e o aumento da contribuição para os trabalhadores, continuará a faltar compensar o buraco orçamental de 3000 milhões de euros deste ano. Ora, se já não há ainda austeridade a acrescentar à austeridade deste ano, ou só pode ser de esperar ou a nossa desobrigação do cumprimento dos 4,5% para este ano ditada pela Troyka ou há um milagre qualquer a caminho e cumprimos, cuspindo sangue, com os 4,5 % de défice.

Comments

Anonymous said…
Há algum tempo, já não sei em que jornal, comentei: "e se dividíssemos a despesa a meias? É inadmissível que as empresas paguem 23,75% e os empregados paguem apenas 11% para a sua própria reforma." Na altura, ainda pensei nos 15% para cada, estava a fazer mal as contas. Se a Seg Soc. mama 34,75%, nunca iria baixar para os 30%, Boa fórmula encontrou este governo, pagam todos por igual e a Seg Soc mama ainda mais 1,25%. É para os juros. Para os #senhores trabalhadores# dos sindicatos foi o melhor golpe. Impecável. Grande 1º ministro, que não podendo governar, porque o PS o deixou acorrentado pela Troica e sacode a água do capote, cumpriu o que prometeu na campanha, baixar a TSU, que os sindicatos tanto criticaram. Para que não haja mal entendidos, eu, pagava 11% sou português e trabalho.
Ana Castro said…
É errado dizer que os trabalhadores públicos "ficarão sem o equivalente a dois subsídios – ou seja, na mesma situação de agora". Os trabalhadores públicos serão mais penalizados, "na prática" (o que - imagino - quer dizer "salário líquido"). No ano de 2012, nem todos os trabalhadores públicos receberam menos dois salários (os chamados subsídios); só os que têm salários brutos acima de 1500 euros; abaixo disso, tiveram parte dos subsídios retirada, de acordo com escalões de rendimento. Se a medida ontem anunciada é universal, também os trabalhadores públicos com menores rendimentos vão ser mais penalizados. Por outro lado, a passagem da contribuição social de 11 para 18% resulta em mais penalização um salário líquido. É fazer contas com salários reais.
Anonymous said…
Consequências: - redução significativa no consumo (contracção na economia); - aumento do trabalho precário (maior recurso a mão de obra barata e temporária); - menor produtividade (a ausência remuneração justa não motiva o esforço extra). Conclusão: O curativo será temporário e o problema voltará a surgir ainda mais grave: - aumento da inflação: - aumento da taxa de desemprego; - aumento do trabalho temporário e precário; - aumento do numero de falências; - aumento do crédito mal parado; - aumento dos processos em tribunal Citação: «Não é preciso ir buscar o dr. Salazar para perceber que os países que querem crescer têm de poder financiar esse crescimento; e que só é possível financiar crescimento com poupança.» Pedro Passo Coelho (Fevereiro de 2012), entrevista ao semanário Sol

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