O LEGITIMADÓGRAFO DOS IMBECIS DA AGITAÇÃO

Este Governo poderia ter caído aquando da trapalhada da TSU? Sim, podia, mas a coligação manteve-se colada e as feridas cicatrizaram.  A coligação tem sido dinâmica, conflitual, capaz de dissensão criativa, de clivagens e compromissos porque ninguém domina ninguém e a situação move-se. Estes dois anos de Governo têm sido duríssimos, impopularíssimos, como nenhum outro Governo e nenhuns outros dois anos foram alguma vez no pós-25 de Abril. O contexto económico é pesado, cheio de incertezas e de impasses, mas o contexto político, esse é marcado por uma histeria organizada, com microprotestos descabelados e passíveis de excessos, murros no ar e na cara de agentes à paisana, passível de violenta embriaguez irracional, manipulação emocional, enquanto ainda não ocorre um acto tresloucado magnicida que faça finalmente a vontade a Soares. A última sondagem, no entanto, vem curiosamente no sentido oposto das vaias, assuadas e apupos organizados. Vem dizer que a maior parte dos portugueses não se inscreve no coro dos que em punhado berram, dos que em grupúsculo ululam. Apesar de tudo quanto nos tem sido imposto, a maioria dos portugueses considera desejável que o Governo termine a legislatura. Bem podem os donos da vontade popular, os Pachecos, os Soares, usurpar o conceito que a maioria faça deste Governo, isto é,  vir garantir que o Povo deseja a queda do Governo, que a realidade mostra-se caprichosa e resiste a esse algodão. Provavelmente, eleições antecipadas decorrentes de uma crise política poderiam revelar uma enorme surpresa. Portanto, temos o esplendor mediático do protesto meticuloso que a CGTP e o Bloco de Esquerda organizam e depois temos os portugueses, a maioria dos portugueses a assistir. De fora. É a Esquerda, estúpidos. E a Esquerda são, hoje, os soares, os pachecos, a ala socratista conspurcatória da política e do interesse nacional, mesmo o Partido Socialista, que hoje dança o tango dos entendimentos à Esquerda, como número de circo e promessa do Paraíso na Terra. Do outro lado, uma maioria de portugueses que resiste ao desejo imbecil de demissão de um Governo a meio de um mandato. Fala-se de legitimidade do Governo como se a legitimidade tivesse um medidor de Esquerda, um legitimadógrafo, para aferir e punir segundo critérios absolutos de Esquerda os deslizes e falhas na legitimidade das instituições, nos Governos, nos cargos, nas coisas. que me lembre, só há uma iligitimidade num Governo: a de conduzir as contas públicas como um automobilista bêbado. Deveria ser lindo assistir a essa montanha-russa legitimadográfica, ao sabor das sondagens, de acordo com a agenda dos partidos e dos interesses instalados na Republiqueta Abananada e Laica. Para esses, o Poder pode cair-lhes no colo através da rua que isso é normal, como se esse caminho não representasse caos, destruição, queda no descrédito internacional. Por que lutam os soares e os pachecos contra a maioria? A quem seria útil o caos e a destruição do País, na sua fragilidade crónica? A quem interessa a revolução total, o sangue, o ferro e o fogo nas praças do País?!

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