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Fato, somente fato,
recheado de panos
e roupas velhas...
Simulacro de gente dentro,
sem carne, sem sangue,
desossado,
antes de arder
sexívoro
roçando
a atmosfera,
roçando...

Ser fato,
veículo espacial de pano,
em queda,
pano enquanto caio,
caindo enquanto ardo,
com azul e negro
como silencioso fundo.

Um fato,
somente um fato,
cheio de roupas e panos velhos,
oco de carne e sangue,
desossado,
somente veículo de pano,
condenado a cair e a arder,
roçando sexífero
pela atmosfera...roçando em fogo.

A gravidade de me pulverizar
enquanto caio,
e ceia de arder
enquanto caio
de ser feliz e fulgurante,
enquanto ardo
em azul e negro.

Fato espacial,
somente fato.

Joaquim Santos


Comments

Anonymous said…
...opps...deixei aqui há pouco um comentário...mas não ficou...para além daqueles comentários que não consigo resistir de deixar sobre a sinistra da educação...é bem mais forte do que eu!!

xxx
Retribuo a presença agora no teu blog...andei a visitá-lo e a gostar do estlo mordaz, objectivo, certo e poétio com que vão sendo lançadas as palavras aqui pelos cantos da tua casa...

xxx

Aparece sempre na minha Teia...
Beijos.
Anonymous said…
...dizia também que mais do que o "fato" que se aparenta ter...é a alma, espírito, consciência, whatever...é que revela a essência ou veracidade do que somos...algo desse género...
Mar e Serra said…
ola
Acabei de ver que tive a honra de receber a tua visita no meu mar e serra.Agradeco-te e espero que continues a faze-lo.Prometo que voltarei.
Beijinhos

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