VALKYRIE, AGOSTO 2008


O heroísmo do Coronel Claus Schenk Graff von Stauffenberg,
tardio ou não, comove os conhecedores do contexto alemão
de há sessenta e quatro anos atrás.
Qualquer documento que historie e interprete o seu papel conspirativo
será útil e sempre oportuno dentro do melhor humanismo.
Mas por vezes, tais documentos vão mais longe,
se forem filmes, podem ter leituras inquietantes,
podem visar dar relevo,
além de aos elementos pessoais e contextuais,
à pertinência de uma dada mensagem
para o tempo presente ou contemporâneo ao mesmo filme.

Ora, presumo, por isso mesmo,
que aquando da estreia do filme Valkyrie,
com Tom Cruise a vestir a pele do herói,
pelo menos mais um pouco,
todos nos questionemos sobre se temos tido ou não a nossa quota parte
de acção cívica, de activismo cívico,
perante a ditadura liberal global contra os indivíduos
que se vai urdindo suave e lentamente,
como uma lenta anestesia;
todos nos questionemos sobre se o negócio das guerras em teimoso
decurso é afinal suportável, tolerável, admissível,
sobretudo tendo em conta dois mil anos de beatas pregações,
sobretudo tendo em conta duzentos e cinquenta anos
de libertárias aspirações socializantes.
çlk
É só aguardar.

Comments

quintarantino said…
Confesso... penitencio-me... já me meti nalgumas e saí desiludido. Um destes dias, quem sabe, liberte esta raiva e a deixe canalizar para algo que possa ajudar a fazer a diferença. Sei, contudo, que não é fácil.
Estive numa instituição particular de solidariedade social como dirigente e saí de lá atordoado. Tanta vaidade, tanto desperdício...

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