BENTO XVI ADMOESTA A IGREJA PORTUGUESA


Com um clero tantas vezes assoberbado de Deus, de Cristo,
gulosa na detenção autoritária do uso da palavra,
atirando fora os leigos válidos nas suas mais valiosas especificidades,
a Igreja que está em Portugal
merece ser admoestada por Bento XVI
pela sua privatização e exclusivismo no acesso à Alegria dos Salvos,
pela sua paralisia e comprometimento tácito com o Tempo.
lkj
Tenho suficiente experiência e conheço os danos danados
que o exclusivismo clerical causou às energias participativas e à entrega
de não poucos leigos apaixonados e dedicadíssimos à Igreja.
Uma participação que não deixa participar é um sal que não salga.
lkj
[Essa Igreja que não afronta nem confronta, que perdeu o sal e a sensibilidade,
que se tornou asséptica e conluiada
com a intocável plutocracia nacional,
essa igreja volúvel do Dom Torgal,
voltou as costas a Cristo.
Já nem sei do que fala a Igreja, mas de Deus deixou de falar,
de Jesus não se deixa impregnar.
Ou foi calada ou calou-se rente à inexistência
e ao relativo vácuo que transversaliza tudo.
Está demasiado gordo, conformado, pesado,
cloroformizado das urgências dilacerantes do Evangelho,
certo clero nacional.]

Comments

Carol said…
Hum... E ao Vaticano e ao sr. Bento XVI quem é que puxa as orelhas?!
antonio ganhão said…
Não nego o que tu dizes, como sempre de forma contundente e elegante.

Mas não te esqueças que a Igreja não é (só)a sua hierarquia e carrega com os pecados de todos os que lhe são fiéis...

Ela é na sua medida (só podia) o reflexo do país.
carneiro said…
Muito bem comentado.

Também me senti excluído. Há muitos anos.No escutismo.

Que era tudo menos um grupo de acólitos fardados que passaram a reunir-se na sacristia sob o apito do padre. Entre outros exemplos...

O poder é tramado. E o medo de o perder, então...

Não fui só eu a ser excluído. Qualquer dos meus 3 filhos não encontra na Igreja actual motivo de interesse ou idoneidade para lhes preencher necessidades espirituais. O culto do poder, da cunha, no carneirismo, da unanimidade, do pudor em falar da vida, a valorização intelectual dos yes-men e dos carreirismos... Enquanto o método organizacional das paróquias for decalcado na ortodoxia partidária das concelhias...

É melhor parar. Foi tanto o que me dei e tantas as mágoas que ficaram.

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