PASSAR A FALAR GROSSO

O discurso passos-coelheano vai mudando e 'endurecendo' porque a percepção das pessoas também está a sair da ressaca alheada no que diz respeito ao interesse nacional. Cresce uma noção intuitivamente alarmada do quanto perigam as nossas contas nacionais e a nossa vida individual e familiar. Por causa da crise internacional? Sobretudo por causa de monstruosos estratagemas de falseamento dos indicadores económicos ao serviço do velho saque aos Orçamentos em que o sócio-chulismo se especializou com peculiar avidez. Corrupção é também ocultar opções políticas exclusivistas ao serviço dos interesses instalados em grosseiro detrimento do bem comum. As construtoras elegem Governos. Os Governos compensam-nas. O Povo é fodido com um sorriso grunho, esgar carrasco e descarado de serviço. É nessa linha que a obscena despesa do Estado permance intacta. Isto atesta bem o Amor e o Respeito com que estes desgovernantes adressam aspectos vitais do seu Povo, preferindo taxar-lhe o suor mal pago e fatalisticamente vergado a mexer onde mais lhes dói: nessas intermináveis clientelas vampirescas em que mal se fala. A indústria da Imagem e da Comunicação tratam de adormecer o vulgo, mesmo quando o oprimem e enganam criminosamente. Por isso nunca será de mais lutar por uma consciência cívica viva e um envolvimento crítico na Pólis. O caminho comum tem sido desmobilização e desistência. A não ser o grupo habitual de paus-mandados do degenerado socratismo, o maior cancro errático e descabelado desde o gonçalvismo, toda a gente vai compreendendo o pendor delirante e perigoso do Primadonna. Uns só agora percebem em que redoma de vitro-cocó fantasista ele vive e insiste em permanecer. Outros enrouqueceram como Camões a apontar para esse problema de tirania, arbitrariedade, auto-endeusamento, imoralidade, recorrente mentira e notória injustiça no exercício das mais altas funções de Estado. Naturalmente, os plutocratas têm à testa das nações quem muito bem lhes apraz e enquanto lhes apraz. Quando os Primadonnas sujam a função e ficam rentes ao pó de onde nunca deveriam ter saído, a Plutocracia cospe-os com toda a tranquilidade paulo-bentiana. Passos Coelho, muito a custo, começa a falar "grosso". É o senhor que se segue. Entretanto, há muitos lugares vagos nos hospícios. E flores.

Comments

Anonymous said…
O que é que Sócrates ou Passos Coelho tem a ver com com Vasco Gonçalves? um era um Patriota, os outros não passam de palhaços...

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