Erupção
Diz-se de um vulcão não activo que dorme,
sono de montanha com inflações de gás e magma
acumulados em bolha rochosa, deformação superficial.
Fala-se de um vulcão adormecido como se fosse gente a acumular razões de raiva contra o verde e a vida em vila romana Herculaeneum lá em baixo
e Pompeia do outro lado vesuviano.
Diz-se de um homem pisado, humilhado, perseguido,
talvez a promessa de uma fúria em magmas de sangue,
torrente piroclástica em castigo deslizante,
talvez a entrega do seu sangue
todo, renovando em solo fértil
quanto existe,
obedecendo
ao mistério irrecusável
de provisoriamente
morrer.
Joaquim Santos
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