AUTÓPS(D)IA

O Cadáver por ressuscitar PSD

está agora mesmo a ser autopsiado em directo no incontornável Programa Prós e Contras.

A denúncia das fracturas e da guerrilha interna é um claro vértice do declarado óbito.

A candidatura putativa à liderança por Manuela Ferreira Leite

até ao momento nem foi arrolada nem relevada.

kljh

Nele, debate, avultou, entre outros, o excepcional Joaquim Pedro Aguiar Branco

no seu registo esfíngico, com imagens e comparações bem gizadas,

sobretudo ao falar do líder fraco, mau decisor, cujos enunciados ocorrem de acordo

com o parecer das suas comissões de Gestão de Imagem

e a aturada leitura científica do significado-augúrio das sondagens,

vivendo como que do Espelho e num labirinto de espelhos, até que se quebrem.

Pensei em Sócrates e em quanto todo este debate em torno da Crise do PSD

é no fundo um debate sobre a Crise de Tudo, o Viciamento de Tudo,

desde o desaparecimento concreto do PS e do seu papel moderador e socialmente sensível,

até à crescente macrocefalia estatizante,

aos compromissos e dependências entre empresas privadas e Estado,

que fazem de Portugal esta sociedade castrada, estrangulada,

dos silêncios de conveniência,

dos apoios hiperbólicos e laudatórios babantes josé-miguel-judicianos a este Governo,

das crassas e generalizadas injustiças, promiscuidades,

das oportunidades-coelhone, ingerências na informação,

da marginalização física e social de milhares como eu, que ousam dizer aqui o que lhes dói nisto,

da larga margem de progressão para a escalada do «Respeitinho.»

lkj

Patinha Antão e Passos Coelho estão radiantes nesta fecunda autópsia do Partido.

A dissecação em decurso tem o seu foguetório, o seu clima de festa,

coisa que só seria perfeita, caso José Pacheco Pereira

viesse apanhar algumas das canas que se fartou de lançar.