HERMANO, ESPÉCIE DE HOMERO
A pessoa e a figura do historiador José Hermano Saraiva merecem-me o máximo respeito e este é um ponto prévio. Vieram-me por seu intermédio muitas das maiores emoções, rigorosas ou nem tanto, de pertença a Este Povo e à sua Longa Saga, testemunhos que permitem compreender a encruzilhada presente. Também lhe devo um ângulo perspectivador, entre outros, do perfil e idiossincrasia portugueses. Depois há pormenores dentro de uma longa vida e de um complexo percurso profissional onde seria sempre impossível agradar a gregos e a troianos. Estou pronto a associar-me aos gregos que, como eu, lamentam a perda, e pronto igualmente a compreender a raiva dos troianos, que lhe censuram o draconiano das decisões enquanto Ministro do Estado Novo ou o revisionismo histórico, o seu, cada qual tem direito a um e pode não coincidir com o do socialismo avançado. Em última análise, qualquer um é responsável em parte pelos safaris sexuais em que se meta e todos aprendemos uns com os outros de toda a maneira. Hermano cativou-me. Ponto. Narrava como um Homero, nos seu programas da RTP2 e RTPMemória. Digam-me quem, hoje, cumpre igual papel de nos lembrar, com factos e caras, novecentos anos de uma mesma identidade e comum aventura?!
Comments
http://darussia.blogspot.pt/2012/07/gulag-por-danzig-baldaev.html
http://trinixy.ru/64803-risunki-iz-gulaga-danziga-balaeva-polnaya-versiya.html
Trata-se de uma colecção de desenhos sobre os GULAG baseados em experiência própria e de um familiar próximo. Os desenhos são corroborados por outros testemunhos orais. Os comunistas e esquerdistas (tipos diferentes e, muitas vezes, antagónicos) apressar-se-ão a desvalorizar os desenhos acusando-os de produto da imaginação de um qualquer porco capitalista desvairado. Ao fazerem-no, mostrarão todo o seu desprezo pelo imensurável sofrimento dos que tiveram a infelicidade de cair e desaparecer em GULAG. "Menos alguns", dirão, no máximo, os poucos que admitirem a existência de GULAG.
Ninguém. Infelizmente. Adeus história de Portugal.