DOIS BANANAS
O PS não está ao rubro com o seu hilariante processo de autofagia, embora já toda a gente tenha compreendido que, na sua extrema mansidão e sentido manso de Estado, António José Seguro não será o homem. Mas também não é António Costa o homem. Ninguém pode ser o homem no PS. Para haver futuro no PS, futuro nas lideranças a prazo do PS e na credibilidade desmantelada do PS, seria preciso que esse partido sequer tivesse começado por existir quanto mais ter alcançado o Poder a ponto de deixar danificado e de rastos o País, oprimindo de corrupto e ronceiro todo o sistema político português.
Mais. Perante o espalhanço colossal do PS em quinze anos de boas intenções infernais na governação e traído o País por silêncios e esquemas omissos [pense-se que forças e energias protegem figurões indefensáveis como José Sócrates, Pedro Silva Pereira ou Paulo Campos] o controlo das bases desse partido é curto para não dizer volúvel e nulo. Seguro controla-as mas ele mesmo não passa de um boneco de cera, cuja plasticidade suave, sem a coragem dos factos de senso comum ou o enfrentar honesto da situação do País, simplesmente não gera qualquer crédito num círculo mais alargado.
Seguro não levará o PS a lado nenhum que não mereça até à quinta casa: à derrota mais pesada, à inconsistência mais anacrónica, e a mais descrédito. O mesmo acontecerá com Costa. Entre os socialistas, circula à boca pequena que Seguro é frouxo como uma banana ao passo que António Costa is the [next] man. Não é verdade. Também Costa é um banana. O PS tem, portanto, dois bananas prestes a digladiar-se. Ou não. Um banana como ainda líder. Outro banana como líder putativo. Com o seu sorriso equilibrista nas palavras, devidamente policiado no que diga e possa melindrar a herança de chumbo do Merdas-Sócrates, Costa nunca destoou ou destoará, nunca rompeu ou romperá com a desmesurada clique ávida socratista que agora reclama a cabeça de Seguro movida pelo cheiro a carniça. A carniça de uma nega do Tribunal Constitucional ao Orçamento Salva-Vidas, com o provável falhanço da execução orçamental. Haverá maior lixo moral, maior mediocridade na vida pública e política que esta miséria oportunística?
De resto, partidos como o PS e o PSD são demasiado pesados e demasiado culpados para tanto paleio nas televisões, tanto frisson pela próxima cara gasta e sistemática a encabeçá-los.
Não tenho um cêntimo para dar nem o daria, se tivesse, a essa cantoria de cegos condutores de cegos. Fora dos Partidos, sim, é que está a maior parte e o melhor da Luz de Portugal.
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