JÁ SÓ LHE FALTA UM BUÇO PRONUNCIADO
Já chega de austeridade? Ainda podemos dar mais um bocadinho do osso, António. Já não temos dinheiro para tratar um dente. Nem dinheiro para dar a um pedinte. Nem dinheiro para mandar cantar um cego... Mas temos pentelhos, cabelos, saliva e ossos, António.
Enfim, se o Goldman ET Sachs António Borges fosse uma mulher do interior de Portugal, dessas perdidas numa aldeia desertificada e em processo de ruína inexorável, deserto e ruína graças ambos em grande parte às políticas de saque e devastação por hordas de aventureiros centrais e locais ligados aos Partidos do Sistema, ciclo após ciclo, já só lhe faltaria o buço pronunciado.
Pêlos nas axilas já os tem, presume-se, bem como o gosto de cuscar por cima do Governo a mando do Governo, de alvitrar reformas e radicalidades TSU assustadoras ab nihilo, intervindo amiúde por uma economia de fome capaz de ombrear com a do sistema laboral chinês e tudo com o seu estrito sentido de merceeiro sofisticado, demasiado avançado para o nosso tempo.
Borges tem tudo da mulher sólida e severa que envelheceu só na aldeia. Tudo menos, talvez, a devoção e a missinha.
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