AINDA LUÍS FILIPE MENEZES - UMA CRÓNICA AMBÍGUA



A política lisboeta, feita em Lisboa por lisboetas ou alisboetados,
todos bem aboletados e com agenda certa e serviço distribuído,
tem todas as qualidades do Matadouro de Carácter,
menos o lado indolor e subreptício.
lkj
Menezes, esse grande assassinado da Opinião Pública,
da bloga primodivisionária e da opinião oficial de todos os oficiais da opinião,
foi e é afinal péssimo a manobrar a palavra e a ideia,
e foi e é também péssimo na incontinência ressentida
do seu enorme ressentimento!
lkj
Está fodido com quem lhe coube estabelecer foederações de silêncio e de solidariedade!
Este só pode ser um Menino de Couro e Couraça
porque todos o remetem para a Gaia-toca,
para o covil-Gaia de onde é suposto ter saído indevidamente
e onde deve ficar devidamente acondicionado
dada a escala de importância da respectiva autarquia
ou antes a que é costume atribuir-lhe.
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À pancada que levou, dir-se-ia que as suas palavras
tinham um peso performativo, um abracadabrês actualizador, dogmático,
(do Aramaico: אברא כדברא avra kedabra que significa "Eu irei criar ao falar".)
que transformava em realidades automáticas e automaticamente absurdas
todas as obras concluídas com derrapagens,
todo o irrealismo popular de todas as medidas populares e populistas,
toda a forma de onerar o Estado e ao mesmo tempo também de desonerá-lo,
todo o domínio apertado das estruturas de Poder,
todo o IVA a rivalizar com o IVA espanhol.
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Para além disso, provavelmente não haveria melhor político que ele
e o seu modo brain-storming de agir, inovar e actuar.
Ninguém o compreendeu. Todos o abandonaram.
Acessorado pelo Zero, minado desde o cerne por uma solidão desapoiada e desapiedada,
fugia para diante, improvisava consistência, tentava existir. Debalde.
Provavelmente abusava da falta de memória de toda a gente
e não lhe perdoaram o facto de ser um político genial,
mas tosco para os standards de exigência e normalização lisboetas
assim como de ruptura com as agendas de interesses lisboetas
sofregamente à espera de se aboletarem.
lkj
Mas o burro é ele? O camelo é ele? É ele a cloaca? Não!
Ele foi somente o embaciar dos espelhos de quase toda a gente
no dia em que quase toda a gente inventou a puta da credibilidade!

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