PALERMAS-MACHO

E, por fim, o pobre rapaz traído, golpeado e mal pago, acossado de BES e de FISCO, disse-lhe a ela, a causadora, qualquer coisa, mas apenas por descargo de consciência. Há muito que ele não tinha qualquer esperança de lhe penetrar a sensibilidade e o bom senso nulos de mulher-parede, mulher-praga-de-gafanhotos, mulher-desastre, artificialmente loura, duplamente frígida, quase deliberadamente louca: «Por minha causa, para me "ajudar", e em nome da tal lealdade que tanto apregoas, mas que na prática representa ser esfolado por ti em silêncio e até com aparvalhada gratidão, tinhas a obrigação moral de vender algum dos teus caprichos de falsa-rica, essas jóias caras, roupas redundantes e presentes de luxo acumulados de sucessivos namorados lorpas, graças ao teu espírito rapace bem treinado, coisas a cuja aquisição coages esses teus palermas-macho, coisas de que estás sempre a perder o rasto por razões que nem Deus conhecerá, só o Diabo. Por minha causa, para me "ajudar", deverias abdicar muito justamente de hábitos escandalosamente caros, que não suportas nem sustentas. Para simplesmente me "ajudar", conforme prometeste. E tu prometeste. Recusas-te agora a tal. Vens com "a Lei" e com as "responsabilidades repartidas", quando moralmente foste a buzina insistente por que deflagrassem todos os meus desastres, passos fatais para os quais me instigaste e coagiste e desgastaste sistematicamente, abusando da minha esperança de amor mínimo, humano, pela tua parte, abusando da minha compaixão. Por tua causa, avancei, pois, para a miséria. Por tua causa, dei um passo ou dois em frente para recair nesta pobreza sem sossego. Sem conforto. Por tua causa, Pseudoloira Furibunda! Agora recusas-te a um mísero gesto moral, nobre, para comigo? Falhaste escandalosamente uma vez mais. E não é que tivesse ilusões a teu respeito ao suportar a tua retórica sempre retorcida e rebaixatória através do telemóvel. Seja quem for que te aconselha, Bruxa de loucuras, grandezas vãs e excessos torpes, acabará de levar-te ao abismo de um fim triste. O fim que doentiamente escolheste.»

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