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Mais argumentos para reduzir os setenta elefantes à sua estrita irrelevância aqui. |
Confesso que me é muitas vezes impossível subscrever conclusões tão peremptórias quanto aquelas subjacentes por exemplo à
carta aberta que exige a demissão do Primeiro-ministro. Porquê? por causa do entrave que me é colocado desde logo pelo tipo de subscritores. Deveremos lutar contra o lado asqueroso, anti-social, desalmado, do Memorando? Sem dúvida! Ficar à mercê de credores é ficar à mercê de uma lógica que não têm coração. Ir institucionalmente mais longe, conforme propugna esta ‘carta’, à luz do percurso grego, parece-me, seria horrível. Estamos reféns do tempo, mas não dos motivos e das razões para resistir, dentro das regras que nos prestigiem e salvaguardem.
Sendo verdade que me inscrevo naqueles que, não tendo partido, se preocupam verdadeiramente com o destino do seu País e do seu Povo, não posso jamais pactuar com um grupóide de paquidérmicos, muitos deles dependentes dos contribuintes há décadas, como o magno signatário minúsculo Soares. O que pensar dele e de gente toda ‘fiável’ e socialmente beata do calibre intelectual e instintual de um João Trotsky-Guevara Galamba?
Assinar ou subscrever enunciados emanados de figuras pesadas e repetidas e omnipresentes e papais e incontornáveis e tutelares, foda-se!, torna repelente a causa e matéria para espessa suspeição o objectivo que as move. Para avalizar a qualidade de um peditório desses, olhemos para o perfil e trajecto do pedinte ou pedintes. O trajecto não é frugal. O perfil não é isento. Borraria a minha cara de esterco se Sócrates me aparecesse com um abaixo-assinado para a eleição de Manuel Maria Carrilho como presidente da ONU ou para a constituição de um grupo de trabalho para salvação das contas nacionais.
Só posso borrar a minha cara sempre que o Soares encabeça ou preside ou impulsiona seja lá o que for-manifestos, cartas abertas e outras ejaculações esquerdíssimas e estado-socialíssimas.
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Estamos bem servidos.