PAÍS IRRESPIRÁVEL SOB O GÁS DA HIPOCRISIA

Só cegos não vêem que, nos media, o nome de José Sócrates não se pronuncia jamais e ninguém como ele poderia passar por um daqueles burlões que intrujam velhas no interior e se põem a monte com uma maquia considerável, enquanto contemplam de longe os prantos e o desespero dos burlados. Os jornalistas portugueses não pronunciam o nome de José Sócrates, não questionam a sua quota parte maciça de responsabilidade pelos apertos e sacrifícios impostos aos portugueses. Os Marinho e Pinto, os Soares, os Sampaio, as Ana Lourenço, os diabo que os carregue, jamais pronunciam o seu nome e a sua culpa. Qualquer acusação de maldade e desonestidade para com as contas públicas e para com os cidadãos, bomba-relógio deixada para viesse depois, é difamação, não conta, não pesa. Podem ter passado dezasseis meses depois de Sócrates ter saído aparentemente de cena, mas o seu legado pesa e pesará ainda por décadas, para não falar nos montes de merda que falam no Parlamento sem ponta de vergonha na cara, especialmente o populista-anarquista Galamba, o hipócrita absoluto Basílio e todo o esterco associado às malfeitorias do passado. Para tanto bastaram uns anos de desvario e patrulheirismo mediático, com extensa cumplicidade de todos os comentadores com chancela e passe mediático passíveis de suborno moral e avença choruda; muito dinheiro público se escoou através de pagamentos oficiosos a línguas de pau bem industriadas. Os jornalistas encolhem-se, os podres abafaram-se e, hoje, ao menor aceno acusador de estroinice no papel de Primeiro-Ministro, trata-se invariavelmente de assassinato de carácter, cassete eterna que os filhos da puta autores do roubo criaram para si, para se defenderem. O diagnóstico da crise do Euro e da crise económico-social portuguesa não é, portanto, explicável pela acção amplificadora de Sócrates. Explica-se com Cavaco Silva, dizem. Porquê? Por não ter conseguido convencer, em 2009, um impostor minoritário a coligar-se fosse com quem fosse. Mas como poderia o filho da puta coligar-se fosse com quem fosse se todo o fito e toda a safra do PS [como, no Brasil, o PT de José Dirceu] consistia em sugar sozinho Portugal até ao tutano, em fazê-lo depressa e bem, conscientemente, lucidamente, favorecendo os seus, o sistema corrupto Estado dentro do Estado, a sua omertà, até que BES, BCP e BPI dissessem, em Fevereiro de 2011, «Chega, sr. Sócrates! Não vamos comprar mais dívida pública portuguesa a juros estratosféricos! Acabou-se a mama. Acabou-se o jogo do empurra.» Foi aí que o Governo caiu. O resto é PEC IV, conspiração geral, desculpas de mau pagador. Tratava-se de um Governo minoritário, mas minoritário deliberadamente, minoritário pelo seu próprio pé, usando de todas as armas da impostura para se vitimizar à menor oportunidade. A seguir às eleições de 2009, ganhas sob mentiras e falácias, o jogo foi o da inversão do bico ao prego, o engonhar os problemas, dançar o tango com a placidez pachorrenta de Pedro Passos Coelho, hoje tratado abaixo de cão, diminuído em tudo e universalmente tomado por incompetente [neste contexto de tormenta severa?], por ter cão e por não ter, sendo o capataz de Forças Inconfessáveis para um conjunto de transformações forçosas de toda a lógica de organização do Estado, passando pelo recuo do Estado Social. Em Março de 2011, o interesse nacional já havia sido suficientemente fodido por José Sócrates, a nossa soberania estava comprometida e a credibildiade do Governo pelas ruas da amargura. Urgia um golpe de misericórida na Festa Obscena da Dívida, no excesso de auto-estradas, nos luxos infrenes, nos excessos tipo parque-escolar, nas PPP negociadas e comissionadas até às vascas do colapso. Não havia nenhum desgaste ou boicote ao Governo que as relações espinhosas e conflituosas entre Sócrates e Teixeira dos Santos não superassem nas suas lógicas de instrumentalização de números e factos falsos para continuar a boiar-merda à tona do desastre, sempre se alimentam os que sempre se alimentaram do Estado-PS e vivem dele, sem ele não vivendo. Sócrates traiu Portugal, traiu, banalizou enxovalhou Teixeira dos Santos, traiu grosseiramente as gerações presentes e futuras, traiu António José Seguro, minando-lhe a liderança e imbecilizando-o de asno para baixo: os prejuízos materiais, a ruína económica, a degradação da saúde e a devastação moral que depositou no nosso presente não têm paralelo. Sair do buraco é forçoso para todos nós. Não se pode imputar os efeitos de anos de malfeitoria a quem nos estenda hoje uma corda para sair dele. Pois haveremos de sair, ainda que vozes de sereia nos garantam ser ela o baraço da nossa forca. 

Comments

José Domingos said…
Para quando o julgamento deste vendilhão, agora refugiado em Paris, aos domingos.
A corja "jornalistica" está orfã, o dono não está, ainda assim vão fazendo recados e fretes.
O triste disto, é que esse ser abjecto, vai ganhar o que quizer ganhar, prometendo qualquer coisa, e este povo sabujo e labrego, vai votar nele, parece que é a personificação dos desejos, deste povo maltrapilho.
W. C. Fields said…
Aquele Cujo Nome Não Deve Ser Pronunciado!!! :-)
jpt said…
Convém que haja alguém que diga isto

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