MATA O CONSUMIDOR QUE TE HABITA
Não paro, jamais pararei a minha demanda por pessoas e lugares que me façam justiça e me recordem a minha mais profunda identidade. Sou um amado de Deus. Sei-o. Sinto-o. Vivo-o. Anuncio-o aos que se deixam permear pela minha voz propositiva, nunca impositiva, guru de mim mesmo.
Também por isso opto, com toda a minha liberdade, loucura e lucidez, por não consumir coisa nenhuma para mim. O que não gasto, sobra-me, desde que jejue e encare com calma a falta de recursos para um dentista, um problema mecânico, uma deslocação à cidade. Como se estivesse a fazer o meu próprio sal, e a resistir ao colonialismo ideológico de Passos Coelho, encontrei uma forma pacífica e eficaz de resistência psicológica à opressão político-económica em decurso, opressão que me escraviza e me declara fatal precário ou potencial desempregado no meu ofício docente até à minha morte por velhice. Como resistir ao opressivo asfixiar de economias familiares, como a minha? Matar em mim até ao Zero do Desejo qualquer vestígio de consumo. O meu Ganges interior reclama-me o despojamento. O Planeta agradece e a minha fome de viver de Espírito, Sabedoria e Belo agradece também.
Não consumir significa deixar de ser um dos que encharcam rios, esgotos, oceano, de detritos, pequeninos pedacinhos de plástico incolor ou colorido que a maré insiste em devolver à praia, na sua oposição violenta à barbárie consumista ocidental. Somos seres valiosos aos olhos de Deus, mas que se perdem nas águas salobres do que nos é supérfluo e exterior, incapaz de nos saciar.
Comments
Apenas uma pergunta: como começou o consumismo? Não terá sido de aí que ele evoluiu? Estaremos então a edificar um sociedade ao estilo de "O senhor das moscas"?! Ou estaremos a trilhar os caminhos da nojenta e miserabilista lógica da podridao fascista de Salazar? Seria melhor dissertar sobre às diferenças entre "consumismo' e "consumerismo"!!!!
Estou ao seu dispor. Se algum dia necessitar de mim, ficarei feliz por ter a honra de poder fazer alguma coisa por si!
Desculpe-me ser assim tão franca, mas já está habituado à minha maneira de ser pouco ortodoxa, não está? ;)
Abraço cheio de amizade e admiração!