ESPIRAL RECESSIVA E ESPIRAL DEMAGÓGICA
Não há ilusões. Até que estes nossos olhos traídos vejam investimento significativo, nacional e estrangeiro, qualquer coisa de novo emergindo dos escombros deixados pela chupice socialista, primeiro, e depois pela atabalhoada ingerência troykista, não será possível dar uma enésima oportunidade nem nos rapazolas-JSD, ainda de serviço, nem aos inefáveis cromos do PS novamente à bica pelo Poder, afinal o mesmo esterco e a mesma garantia de desastre. Portugal gera muito mais competência, criatividade e rasgo que a tralha que se aloja nesses Partidos. Onde estão os espíritos livres e lúcidos? O próximo capítulo da nossa desgraça poderá ser o de um Governo de Emergência e Convergência Nacional.
Foi com mão bruta e desastrada que se elidiram feriados, se liberalizaram despedimentos, mas o que se vê em retorno é zero, antes o sufoco das multidões deixadas à sua sorte, antes a morte de milhares de pequenas e médias empresas, antes o efeito depressor da secura de uma voz política que não tem nem pode dar Esperança. Sem Esperança, não há Governo. Sob a aspereza da mensagem financeirista gaspariana, a psique das pessoas foi abalada e trucidada para além de qualquer medida e por isso, sob a desconfiança e o medo semeados, não há aposta no crescimento que medre. Sócrates, com dolo, atirou o País para dificuldades extremadas, governando com opacidade e cegueira criminosas, paraíso dos ajustes directos. Gaspar recuperou a confiança dos mercados, mas sepultou Portugal no medo de si mesmo, no torpor da acção nula, na incerteza como não-lugar e coisa nenhuma. Por cá, o desemprego aumenta e aumentará, as pequenas empresas debatem-se no seu estrangulamento fiscal e sobrevivência precária. As exportações, único factor que se vai salvando, deverão consolidar-se e crescer para que a Portugal advenha do mal o menos. Não há alternativa a isto, pelo menos. No ar, toda a espécie de ameaças vindas do exterior. Para lá da fronteira, a instabilidade externa, perigos subtis com impacto imediato nas nossas vidas. Estados Unidos, Europa, uma só crise. O próximo capítulo da nossa desgraça poderá ser o de um Governo de Emergência e Convergência Nacional.
Nada nos garante que tombado o Governo Passos e, com ele, a lógica cleptocretina que tem regido a Troyka, exista alguma coisa para o seu lugar fora de um Governo de Emergência e Convergência Nacionais À Europa, lugar mal frequentado, perpassa-a o mais absoluto desatino da decisão: de uma Europa do Norte que retalia e estigmatiza o Sul, espera-se o quê de solidário?! Estamos à mercê. À mercê das consequências de uma febre populista-beppe-grilloniana interna, à mercê de uma manifestação mais da crise com epicentro exterior e em cima da nossa crise. À mercê de qualquer coisa como o assalto eurogrupista à banca cipriota mas em grande. O próximo capítulo da nossa desgraça poderá ser o de um Governo de Emergência e Convergência Nacional.
A espiral recessiva chegou a Portugal, sem dúvida, a bordo do aventureirismo governamental além-troykista. Mas a espiral demagógica está também toda aí e não é menos perigosa e nojenta. Começa na língua de merda com que o Socialismo Mentiroso agoira a nossa realidade já de si penosa: nem tudo resultou da aselhice dos técnicos estrangeiros ou de um Governo progressivamente mais a sós consigo mesmo. Sócrates gastou balúrdios num batalhão de otários a gerir os seus fracassos e burlas, mostrando o lado lustroso, verso de um reverso apodrecido e ilusório. Valeu-lhe uma reeleição e o posterior desfecho de consabida desgraça, de chantagem em chantagem até à chantagem final do PEC IV, o grande pretexto para a vitimização final Quanto mais demagógico, absoluto e parvalhão, mais resiliente até um dia. Quanto mais rigoroso e decente, mesmo na opção pela indecência de um Roubo, de uma ou várias mentiras, da traição à mensagem eleitoral dita e jurada, mais provisório. O próximo capítulo da nossa desgraça poderá ser o de um Governo de Emergência e Convergência Nacional.
Se Portugal caminha para uma catástrofe económica e social, não se pode abrir a porta à reedição de políticos demagógicos que depois fogem para Paris com milhões que nunca explicarão, que discursam imposturas com pose e aquele gesto bate-pívias que Seguro também adoptou e de que Sócrates abusava, o piroso. Este apanhou com toda a rejeição-dejecção nacional, grande balde de merda pela cabeça abaixo, por ter conduzido optimisticamente o País à bancarrota. Passos, que se excedeu na dose austeritária e tratou a economia como o tapete a que limpava os pés, não se livra de um destino em tudo semelhante. Sem honra. Sem glória. O próximo capítulo da nossa desgraça poderá ser o de um Governo de Emergência e Convergência Nacional.
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