Geovagina
Território de nada, onde corre sangue e fel.
Ó saga territorial perdida nos milénios, a tua.
Território reentrância,
território vagina,
V púbico,
(onde o deleite de uma Fé e de uma Esperança universais, transtemporais,
se fez Homem, se fez Carne repartida)
com um Jordão,
fio de urina,
gotejando
Vida num Mar
Morto.
Ou precisamente o contrário.
E não és tu um povo maior que só uma terra usurpada?
Não cresceste nos teus filhos mais que mil jerusaléns?
Não será cada circuncidado teu toda uma Yerushalayim em carne e osso?
Babilónios, Assírios, Gregos, Romanos, Árabes e Europeus
todos puseram o pé, a teus olhos canino, sobre esse solo reservado a ti somente,
perante a tua impotência e rebelião a seu tempo esmagada.
Não seria para relativizares o solo
e absolutivizares uma vida e um território ainda Além?
Não coleccionaste sobejas tragédias?
Tu, que sofreste e sangraste como poucos, tens terrível, tremenda,
responsabilidade
quando usas a errónea espada.
As valas dos teus fuzilados,
as cinzas dos teus gaseados,
o emudecimento em grito dos teus filhos perseguidos e ultrajados,
vítimas máximas no meio das nações
só clamam por que aprendas outra coisa,
uma coisa nova que não aprendes:
Só há uma humanidade kadosh.
Cativa os teus inimigos com vero amor.
Não consintas na miséria, não a promovas à tua porta,
com muros, humilhações, ó usurpador de pastagens.
A miséria do teu vizinho
é a morte da tua paz.
Joaquim Santos
Comments
Entendi porque está a foto virada ao contrário.
Já é tempo de um outro tempo, ou deveria ser...
Abraços
Fortissimo abrax, amigo
RF
Cada vez mais arrojada esta forma de levar a água ao moinho... Mas será que "água mole em pedra dura...?
Eu gostei de muito tua prosa poética (em toda sobre teu blog), felicitações, tua inspiração é global e intensa.
Obrigado visitando meu lugar, você são dados boas-vindas lá.
Cumprimentos na noite.
do livro Pensar é transgredir / Lya Luft.
bj, Joaquim...
Mas tá bem.~
Bom fim de semana
jokas e um bom fim de semana!
da falacia das guerras do ouro,
e das guerras da prata,
e das guerras da seda,
e da canela,
e do café,
e do pó.
Largar palavras ainda sobre
o logro das guerras do petróleo,
das fés,
do capital
e da comunistação dos bens.
Violentar ainda a consciência da nossa paz alheada e podre da guerra pela bainha
onde descansa a espada,
pela vagina,
onde não descansa o falo.
Guerra, a puta.
Helena, Jezabel, Cleópatra,
Greta Garbo, Marilyn,
corpos geografias,
espaços, terrenos
de desejo,
repenetração
da bolsa ou da vida.
A vagina ou a vida?
Médio-Oriente não é mulher,
mas é vagina.
No mínimo, que esta guerra sirva para isso e que mais esta mortandade traga finalmente a paz na região.
Um abraço.
Beijos!
talvez daí a insaciedade
(...) Tu, que sofreste e sangraste como poucos, tens terrível, tremenda,
responsabilidade
quando usas a errónea espada. (...)
Alguém escreveu:
“A guerra é uma experiência extraordinária para aqueles que a não viveram!”
Gostei do que aqui vi e voltarei. Se Cristo clamou pelo pai na cruz:
- Elli, Elli llama sabachtani?
(Pai, Pai, porque me abandonas-te?)
Como se poderá lembrar de todos os povos mártires do despotismo de políticos “presos” pela ortodoxia religiosa de ambos os lados?
Shalom meu amigo e shalom Israel.
abraço