Pente Três*
O inimigo existe e alojou-se entre nós.
O inimigo reza várias vezes por dia e não pronuncia um palavrão.
O inimigo educa no ódio, na repressão religiosa, no cruel policiamento moral, na vigilância canina
do teu blogue e no castigo corporal,
e pretende exportá-los para o amolecido e tranquilo Ocidente
acavernizando a nossa paz de espírito com a bem-aventurança do Terror.
O inimigo conspira dentro do Ocidente, num fermento malígno de atentados no metro, no comboio.
O inimigo reza várias vezes por dia e não pronuncia um palavrão.
O inimigo educa no ódio, na repressão religiosa, no cruel policiamento moral, na vigilância canina
do teu blogue e no castigo corporal,
e pretende exportá-los para o amolecido e tranquilo Ocidente
acavernizando a nossa paz de espírito com a bem-aventurança do Terror.
O inimigo conspira dentro do Ocidente, num fermento malígno de atentados no metro, no comboio.
O inimigo sonha derrubar a podridão moral ocidental para instalar a podridão da hipócrita irrepreensibilidade moral,
por isso, nas arábias, o inimigo corta pescoços em público em grandes espectáculos sanguinários e moralmente exemplares, lâmina alta rebrilhando ao sol duro
por isso, nas arábias, o inimigo corta pescoços em público em grandes espectáculos sanguinários e moralmente exemplares, lâmina alta rebrilhando ao sol duro
e ao terceiro golpe carrasco é que as cabeças se separam só para dar o benefício da dor às multidões ululantes de impaciência.
O inimigo orquestra espectaculares atentados suicidários sobre o oceano,
urde novas acções tenebrosas nas escuras caves europeias,
onde vive,
onde estuda e aperfeiçoa Química e Física
numa criatividade maligna,
enquanto aparenta civilidade e bonomia,
saudando-nos sorridente e pacato pelas nossas ruas.
O inimigo cresce-nos dentro, imigrando para cá em massa,
construindo mesquitas aos milhares em França e exigindo regimes de excepção
aos seus lenços-mulher numa pureza exterior toda textil e por isso mesmo eficiente
na dissuasão cobiçadora dos olhos.
O inimigo lapida, degola, persegue e tortura quem, nas arábias, não subscreve as suas teses teológicas
e não obedece à tirania unívoca do Corão
e a mulher,
o judeu
o cristão,
o infiel
são somente máscaras do demónio que se vai em procissão calcar e apedrejar.
O inimigo decapitaria, se pudesse, as lideranças democráticas ocidentais,
só com esse poder de colocar em causa a confiança que os cidadãos nelas depositam
de os defenderem.
O inimigo existe e conspira por dentro.
(Remordem-se lábios e rangem dentes por trás das barbas,
por trás dos blogues).
O inimigo!...
Depois há as reacções democratizantes napoleónicas na ponta dos fuzis ocidentais.
Depois há as invasões libertárias no Iraque
e a alegria estúpida das bombas,
a estúpida festa da metralha,
da cavalaria aérea em helicopteriana poeira,
da eficácia bélica como espiral de ineficiência inútil sobre uma resiliência vietnamita.
Depois há o medo ocidental que impele ao uso fraco da força e os negócios ocidentais que restringem
a exigência da Justiça dos Direitos Humanos também nas Chinas.
Depois há o negócio das armas de ponta e o argumento por que se espera
para usá-las e vendê-las.
Mas dão-me licença que considere execrável
toda a espécie de morticínio como resolução de problemas e ridícula
toda a veleidade de alguma vez pulverizar o inimigo?
Permitem-me que considere inúteis quaisquer tácticas violentadoras da vida humana,
os danos colaterais infantis, a esventração bombista das mulheres e das casas
sem que passe eu por isso, e só por isso, a ser considerado um poeta mau ou o pior poeta blogoesferiano em que o infalível Máquina-a-Soro, o papa da prescrição bombística
O inimigo orquestra espectaculares atentados suicidários sobre o oceano,
urde novas acções tenebrosas nas escuras caves europeias,
onde vive,
onde estuda e aperfeiçoa Química e Física
numa criatividade maligna,
enquanto aparenta civilidade e bonomia,
saudando-nos sorridente e pacato pelas nossas ruas.
O inimigo cresce-nos dentro, imigrando para cá em massa,
construindo mesquitas aos milhares em França e exigindo regimes de excepção
aos seus lenços-mulher numa pureza exterior toda textil e por isso mesmo eficiente
na dissuasão cobiçadora dos olhos.
O inimigo lapida, degola, persegue e tortura quem, nas arábias, não subscreve as suas teses teológicas
e não obedece à tirania unívoca do Corão
e a mulher,
o judeu
o cristão,
o infiel
são somente máscaras do demónio que se vai em procissão calcar e apedrejar.
O inimigo decapitaria, se pudesse, as lideranças democráticas ocidentais,
só com esse poder de colocar em causa a confiança que os cidadãos nelas depositam
de os defenderem.
O inimigo existe e conspira por dentro.
(Remordem-se lábios e rangem dentes por trás das barbas,
por trás dos blogues).
O inimigo!...
Depois há as reacções democratizantes napoleónicas na ponta dos fuzis ocidentais.
Depois há as invasões libertárias no Iraque
e a alegria estúpida das bombas,
a estúpida festa da metralha,
da cavalaria aérea em helicopteriana poeira,
da eficácia bélica como espiral de ineficiência inútil sobre uma resiliência vietnamita.
Depois há o medo ocidental que impele ao uso fraco da força e os negócios ocidentais que restringem
a exigência da Justiça dos Direitos Humanos também nas Chinas.
Depois há o negócio das armas de ponta e o argumento por que se espera
para usá-las e vendê-las.
Mas dão-me licença que considere execrável
toda a espécie de morticínio como resolução de problemas e ridícula
toda a veleidade de alguma vez pulverizar o inimigo?
Permitem-me que considere inúteis quaisquer tácticas violentadoras da vida humana,
os danos colaterais infantis, a esventração bombista das mulheres e das casas
sem que passe eu por isso, e só por isso, a ser considerado um poeta mau ou o pior poeta blogoesferiano em que o infalível Máquina-a-Soro, o papa da prescrição bombística
e da solução musculada, tropeçou ultimamente?
Deixam-me ou não ser anti-religião-unitária, anti-pensamento unitário, pró-pluralismo,
Deixam-me ou não ser anti-religião-unitária, anti-pensamento unitário, pró-pluralismo,
mas desarmadamente?
Será que poderei acreditar no fim da impunidade local e planetária, mas por um caminho policial e não militar?
Posso discordar da bala e da bomba por princípio sem significar com isso a avestrucização da minha consciência, a fuga da questão ou a falta de atitude?
É por ser preciso quebrar o circuito.
Não ruíu a seu tempo o rígido, proselitista e ameaçador muro de dogmatismo marxista
Será que poderei acreditar no fim da impunidade local e planetária, mas por um caminho policial e não militar?
Posso discordar da bala e da bomba por princípio sem significar com isso a avestrucização da minha consciência, a fuga da questão ou a falta de atitude?
É por ser preciso quebrar o circuito.
Não ruíu a seu tempo o rígido, proselitista e ameaçador muro de dogmatismo marxista
castrador da pessoa?
Por que não há-de ruir também a seu tempo este muro de fanatismo,
destes detentores e administradores exclusivos da ira divina, destes cultores da morte,
assassinadores do próprio Deus nas vítimas que assassinam?
E por que não haveremos de fazer com que esse muro caia mediante trocas comerciais,
parcerias, o diálogo, o conhecimento cultural recíproco mediado pelas pessoas concretas
e pelo poder da amizade?
Os publicamente enforcados, as adulterinas lapidadas, os torturados de Teerão,
os silenciandos compulsivamente nas arábias e mais além
esperam de nós muito mais que a resposta da bomba,
esperam de nós muito mais que este silêncio petrolífero
que nos mantém reféns do Terror por tempo indefinido.
Joaquim Santos
*Em homenagem ao blogue Maquina Zero, que não diz palavrões e é muito pudico e exemplar enquanto faz a apologia do sangue em nome da defesa das nossas liberdades.
Por que não há-de ruir também a seu tempo este muro de fanatismo,
destes detentores e administradores exclusivos da ira divina, destes cultores da morte,
assassinadores do próprio Deus nas vítimas que assassinam?
E por que não haveremos de fazer com que esse muro caia mediante trocas comerciais,
parcerias, o diálogo, o conhecimento cultural recíproco mediado pelas pessoas concretas
e pelo poder da amizade?
Os publicamente enforcados, as adulterinas lapidadas, os torturados de Teerão,
os silenciandos compulsivamente nas arábias e mais além
esperam de nós muito mais que a resposta da bomba,
esperam de nós muito mais que este silêncio petrolífero
que nos mantém reféns do Terror por tempo indefinido.
Joaquim Santos
*Em homenagem ao blogue Maquina Zero, que não diz palavrões e é muito pudico e exemplar enquanto faz a apologia do sangue em nome da defesa das nossas liberdades.
Comments
isso que escreves é ficção...nunca vi isso...
adorei o texto.está muito bom.apesar de todo mal que ali escreves.
vai passando no meu.gosto de te receber lá.
beijos
Encantamentos mil
The greek word for Terrorism
is TROMOKRATÍA...
Este homem começou um blog
ahmadinejad.ir
:)
Do you Have in portuguese the
Word "Marranos"..
in Spanish exists...
you know what it means....
We have a long way to run...
But when have Christians demonstrated this love to Muslims or Jews?
We have gone to them with swords and guns. We have gone to them with racism and hatred.
We have gone to them with feelings of cultural superiority and economic domination.
We have gone to them with colonialism and exploitation.
We have even gone to them with the Gospel cloaked in arguments of superiority.
Only a few have ever gone with the message of Calvary...We must do more than carry the message, we must be the message."
Reconciliation Walk
Christian apology for the Crusades
http://www.religioustolerance.org/
Veja o vídeo no alto do meu post
http://ergotelina.blogspot.com/2006/08/adonisarab-poet-o.html
http://www.memritv.org/search.asp?ACT=S9&P1=1076#
Leia alguns poemas de Adonis
em Portugês
li. o mundo não é perfeito, ñunca foi, nunca será. no fundo somos, quer queiramos ou não, todos inimigos uns dos outros...temos que aprender a viver com os nossos defeitos, controlá-los e reaprender o prazer de viver, se cada um fizer a sua parte...simples, não ? :))))
beijinhos
Um bom Domingo para ti!
Sobre o poeta quem eu afixei em meu blog
http://ergotelina.blogspot.com/2006/08/adonisarab-poet-o.html
Entrevista com o poeta sírio Ali Ahmad Said Esber(Adonis),publicada no jornal »Público», Junho de 2006
Música muito agradável
soa como Laureena McKennit
É que está cantando?
Beijinhos
abrax
RF
Beijoquitas Di