JOSÉ SEGURO OU RARO PS RESPEITÁVEL


É por estas e por outras afirmações sábias, adiante reproduzidas, que considero António José Seguro o mais sério, lúcido, o melhor e mais humano deputado de um PS quase todo nos antípodas dele. A sua posição sobre o que deve ser o combate à corrupção está inteiramente correcta e não deveria ser possível haver dispersão quanto aos objectivos fundamentais de um combate determinante para a viabilidade de Portugal. O peso rançoso de bloqueio no Centrão, porém, representa tudo o que há de pior para a afirmação de uma Democracia de e para os Cidadãos contra a que existe para explorá-los e enganá-los com a proverbial voracidade das clientelas PS/PSD. António José Seguro pode ter os defeitos e as insuficiências que lhe quiserem apontar, mas não é venal, não vende a consciência às conveniências posicionais do servilismo instilado horrorosamente pelo aspirante a neo-Salazar no grupo parlamentar que esmaga de obediência cega. Também se alheia da protecção dada à massa de corruptos que as manobras dilatórias dos partidos visam proteger e salvaguardar. Ao contrário do aspirante a neo-Salazar (o Grande Vítima Descabelada, que explora esse mimetismo imagético capilar-curto grisalhesco deplorável com o Grande Morto Santacombadense) António José Seguro estabelece uma forte empatia com as pessoas e manifesta um interesse credível por elas. Nele não encontramos o subterfúgio da olímpica superioridade do 'homem de Estado' com o qual o mesmo Vítima e Grande Cristo Tuga se desculpa das suas desumanidades inúteis, politicamente fraudulentas e tecnicamente falaciosas: «Já não há tempo para “partidarizar o debate ou passar culpas entre os diferentes poderes”. É hora de fazer uma “reflexão profunda” sobre o combate à corrupção, mesmo antes das eleições legislativas, defende António José Seguro, o único deputado socialista que ontem, ao anunciar uma declaração de voto, manifestou publicamente algumas reservas à oposição do PS aos projectos de enriquecimento ilícito do PSD e do PCP. [...] O combate à corrupção é uma questão de regime”, afirma Seguro, considerando mesmo que se não for encarado de frente, “a democracia não resistirá”. Por isso, considera que “todas as vias (administrativa, fiscal e penal) são necessárias para que ele tenha êxito”. Um aviso ao seu próprio partido, inclinado neste momento para um combate a nível fiscal: “Atacar o problema apenas por um dos lados, por melhor que seja a proposta, pode criar uma ilusão que, a prazo, se pagará caro”.»

Comments

Popular Posts