LATA, INSOLÊNCIA, FALSIDADE

O monólogo de ontem na RTP, perante dois jornalistas reduzidos a monos ali a adornar o Ego Impante do sr. Sócrates, ficará nos anais da insolência e da latose em alto grau. Nunca ninguém havia banalizado tanto a inteligência dos portugueses ou cilindrado a tal ponto, gaguejando muito, dois supostos jornalistas afinal reduzidos ao mutismo e até atemorizados, que não perguntavam, mas introduziam tópicos, que nunca interrompiam, mas eram interrompidos pelo feroz senhor numa manifestação de falta de serenidade, de preocupante nervosismo e descontrolo. Se ganhar debates e entrevistas é esse esbracejar espumando tanta violência, se é esse manipular as consciências como se não soubéssemos como o MP é politicamente cerceado e a exposição das contas bancárias e em offshores vai no Batalha, estamos uma vez mais conversados. Eis alguns excertos de um tom que ameaça processar meio Portugal por dizer dele o que Maomé nem pensa do toucinho: «Qualquer referência ao meu nome num processo menos próprio no caso Freeport não passará de um insulto” - “Não quero pronunciar–me sobre pormenores. Sinto-me num processo kafkiano”- “Já neguei qualquer pressão. Por que é que me está a fazer essa pergunta? Só para falar nela?” - “Este caso dura há 4 anos. Isto é uma provação, uma cruz que tenho carregado e carregá-la-ei”- “Há um aspecto que me diz directamente respeito: o licenciamento ambiental. Estou em condições de garantir e defender – apesar de não ter tido uma intervenção directa, participei numa reunião e que o licenciamento cumpriu os aspectos legais e os valores ambientais”- “Confio na investigação. Mais cedo ou mais tarde possa chegar a uma conclusão que esclareça todas as questões algumas que nem eu sei responder” - “É justamente por causa desse vídeo [DVD divulgado pela TVI] que pus a competente queixa. Não apenas contra esse senhor [Charles Smith] mas também contra alguém que usou o meu nome.”» À medida que o tempo passa, perante tanta inflexibildade e falta de razoabilidade de essa espécie de líder que não tolera uma chalaça satírica (como a comparação entre a sua retórica moralóide na Política e o casamento monogâmico de Cicciolina) Portugal é cada vez mais adorno do seu Ego descomunal e insultuoso e a RTP, aliás um abismo de prejuízos, a sua lavandaria privativa e departamento cosmético. Nota-se claramente que ele se dirige àquela população mais primária e frágil, pronta a deixar-se enganar e seduzir por um prato de lentilhas. Ao simplificar as questões, ao fugir-lhes, ao contorná-las, ao reduzi-las exclusivamente si, demonstra bem em que conta é que nos tem a nós. Tem claramente um conceito absolutista do exercício do poder e estrebucha porque lho lembram transitório. Porque não está ao nosso serviço e se coloca como uma entidade intocável e suprema, despreza-nos com todas as fibras. Esse velho sistema de não prestar contas, mas ter permanente conversa zangada, suportá-lo-emos até quando?!: «O tema da possível derrapagem do défice público não foi praticamente abordado, tendo José Sócrates reiterado ainda mais um dos pilares da estratégia de combate à crise do seu Governo. “Quando nos criticam por ajudar as empresas, desenganem-se. Vamos continuar a fazê-lo”, afirmou.»

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