SANTANA VOLTOU A TER JUÍZO

Tal como Pacheco Pereira, sempre viscoso nas suas apreciações às lideranças laranjas, Santana Lopes não vinha tendo um comportamento opinativo conforme se lhe exigiria dentro do seu PPD-PSD. Em vez de cáustico para com o socratismo, vinha sendo benevolente com ele, descrente em relação a Passos numa ambiguidade fatalista quanto ao resultado destas eleições. Ontem, pelo contrário, na Incrível Almadense, surgiu refeito, no seu pleno juízo, fazendo um dos mais brilhantes discursos dos últimos anos. Passos integra os críticos, conta com todos e não guarda ressentimentos. Santana pôde brilhar: «Não há homens providenciais, estamos fartos de homens providenciais [...] o balanço da governação de Sócrates tem demasiados “d”: dívida, défice, desemprego, desilusão, descrença, desespero e desonra. [...] Na primeira todos caem, na segunda só cai quem quer, na terceira cai quem é muito, muito distraído». Pedro Passos Coelho, por sua vez, destacou que «o mito da invencibilidade do primeiro-ministro acabou. Como acabaram os mitos de que defendeu Portugal da agressividade dos mercados, da crise externa e de que pôs o interesse do País à frente dos interesses dos governantes. Esses mitos acabaram. [...] O Governo não se preocupa com os mais de 700 mil desempregados do País [...] o primeiro-ministro só está preocupado em perder as eleições. É por isso que as merece perder.»

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