PASSOS DEVE DEMITIR-SE. E JÁ!
Os resultados da política deste Governo são para esquecer no estrito âmbito da economia. Talvez nenhum outro fizesse melhor no plano financeiro, mas isso só sublinha a completa e execrável actuação no plano mais importante de todos numa governação vinculada a um Povo e honesta para com ele, que a possibilitou: proteger e salvaguardar as pessoas, evitar, com o máximo de empenho possível, um empobrecimento aviltador e indigno dos mais vulneráveis. Creio que Passos foi dando mostras de um vazio e uma insensibilidade que, no fundo, repetem tudo quanto passámos e suportámos com José Sócrates. Num, a corrupção de Estado, intrincada, enraizada, tentacular, sufocante, ambiciosa, insaciável, grotesca. Noutro, a frieza, a traição à palavra dada, a mentira banalizada, a lentidão na velha reforma do Estado, e um tipo de desprezo pelas pessoas concretas, que Sócrates nunca disfarçou, traduzido em boa parte das medidas e das políticas covardes e consecutivas do que vinha de trás, do Acordo Porcográfico à plácida não hostilização do que de pior e mais negro corrompeu e passou impune no socratismo.
Passos é, por assim dizer, um continuador e um conservador do Sistema Político-Partidário Putrescente que José Sócrates levou à perfeição, sistema que enclavinha e estrangula o Regime, sistema que resume e rasura o Regime. Passos veio para não mudar coisa nenhuma. Passos é Sócrates. Downgrade dele. Hoje teremos o regresso em forma de farsa do impensável comentador que passará a residente da televisão pública. Ninguém compreende como esta loucura se materializou, a não ser como Tango que nunca deixou de ser dançado, aliança que nunca deixou de aliar Sócrates a Passos e Passos a Sócrates e o Pedro ao seu chefe e mentor, Relvas, naquele tipo de inimizade amistosa que se alia, na hora de preservar um bem maior. O bem maior para eles. Tendo em conta o nosso cansaço pelos falhanços e nulos resultados da Governação Passos, o objectivo desta escandalosa ressurreição de José Sócrates só poderá ser um: mais que a oportunidade de reescrita e reabilitação, o regresso à governação, porta aberta por quem já percebeu que não terá quaisquer tréguas por parte da Rua Exasperada. Mas como é que se faz esse regresso, dada a espessa crosta de rejeição de uma figura ainda hoje controlando tentacularmente tudo um pouco, media, chefias intermédias, posições ocultas?! Faz-se naturalmente. Quem não ousou afrontar o passado através das devida auditoria às contas públicas, prepara o regresso daquele que rebentou com elas. Quem não moveu uma palha pela renegociação a sério e imediata das parcerias público-privadas, das rendas obscenas da energia, pode perfeitamente preparar o regresso do que as assinou, as eólico-agravou, onerando-nos pelas décadas das décadas. Quem não teve colhões para operar uma séria e imediata responsabilização judicial dos óbvios prevaricadores dos Governos Sócrates, pois é como se nada se tivesse passado, pode preparar, e prepara de facto, com passadeira vermelha, o regresso do engenheiro. Em suma, Passos foi eleito, coligou-se com Portas, mas sequer se verificou a substituição do dirigismo e a massiva ocupação do Aparelho de Estado que o socratismo colonizou com requintes de tirano para muitos anos [em Lisboa ou de Paris], como se não fosse urgente um refrescar de ares e uma renovação espiritual e atitudinal à luz da nova esperança que este novo Governo comportava, mas defraudou. A duas únicas coisas novas no caminho passista até ao nosso cansaço e reprovação? Não haver dinheiro. A imposição pela Troyka de um reformismo cego com tesouradas que Governo nenhum, fora de uma intervenção externa, ousaria proceder por se tratar do máximo da impopularidade e garantia de espetanço eleitoral. Mas o que está a ser feito para além da Troyka, seca e cruelmente, sugerido por Borges e sublinhado pelos belmiros corresponde à desmoralização e à desistência de acreditar, trabalhar, investir, apostar em Portugal. Qualquer um, no seu perfeito juízo, fugirá, se puder, de um País que tem como desígnio e projecto retribuir esclavagisticamente e abaixo do limiar da sobrevivência. Quem abre a porta a Sócrates é Relvas. É Passos. Porquê? Porque a governação lhes esvai por entre os dedos. O excesso de zelo e a assunção de um papel mais troykista que a Troyka está a ser-lhes fatal. As gentes, as aspirações legítimas das gentes, não tiveram acolhimento neste Governo. Sócrates virá hoje com uma narrativa bem treinada sobre tudo quanto faria, teria feito, de diferente. E o Partido Socialista, que com Seguro e mesmo com Costa é uma sombra minada e fraccionada internamente pelo conspiracionismo socratista, pode regressar-lhe ao colo. A rua em Espanha, na Grécia e em Chipre, pura e simplesmente não suporta a loucura que caracteriza a actuação da Troyka: se há organismo tresloucado no plano macroeconómico e no plano das várias nacionalidades cilindradas, desrespeitadas, e por isso abominado, é ela. Ora, a crise política, ainda larvar, em Portugal não tem por onde estribar-se senão na rua, que, aliada à covardia tacticista do Partido Socialista, determinará certamente a demissão do Governo antes de uma humilhação proverbial nas próximas autárquicas. Gaspar, que aparecera como a âncora e o seguro de vida deste Governo, surge agora como a face de uma execução orçamental tragicómica, o rosto do excessivo e, conforme se tem visto, a Troyka não perdoará qualquer baquear do País, das suas metas, nem qualquer retrocesso no nosso processo de ajustamento: não se duvide que o veredicto do Tribunal Constitucional a este Orçamento é uma bomba-relógio prestes a mergulhar o País num susto e numa angústia em tudo semelhantes à cipriota. Perante isto, Passos e Relvas podem começar a olhar para o cronómetro na sua contagem decrescente. Se Sócrates pode regressar à RTP, os porcos andam de bicicleta e este Governo perdeu toda a vergonha. Os governos demitem-se em face de fracassos demasiado evidentes para serem desculpados. Não há, nem nos tem sido dada, qualquer esperança de uma mudança evidente de cenário económico e de redesenho do Sistema Político. A contaminação-infecção dos processos promíscuos do socratismo está incrustada no Regime, prossegue intacta com Passos, e resiste a tudo. Resiste a petições, na verdade expressões de revolta e indignação logo escarnecidas pelos comentadores do Regime: quem ouve, por exemplo, Pedro Marques Lopes a chamar-lhes «patetices», ouve o escárnio do Regime à doxa, à sensibilidade geral, ouve o Regime na sua previsibilidade e putrefacção. Resiste à revolta nas redes sociais, pólvora seca que não muda uma vírgula à ditadura de favorecidos que José Gomes Ferreira não se cansa de denunciar. Resiste à berraria dos blogues, uma das mais belas formas de impotência cívica e de Babel impotente na hora urgente de renovar o panorama da representação e da vida pública nacionais. Resiste às caixas de comentários, muros de lamentação, nos jornais em formato virtual. Segue impávida, risonha e serena. Sócrates secou o PS, fê-lo obediente e servil como uma organização mafiosa é servil e obediente ao seu padrone-padrino. Passos não pode secar o PSD. A um passo do abismo, o PSD dará um feliz passo em frente se os grandes cúmplices do socratismo, Relvas e Passos, prosseguirem o seu além-troykismo. Não estou apenas a apontar para um cenário de derrota clamorosa, no próximo sufrágio. Aponto para a ascensão tortuosa e ruinosa de José Sócrates, mediante a antena que o Governo Passos lhe outorga, lhe outorga como quem desiste, lhe outorga como quem capitula. A resposta da cidadania só pode ser uma: fora Passos! Abaixo Sócrates!
Passos é, por assim dizer, um continuador e um conservador do Sistema Político-Partidário Putrescente que José Sócrates levou à perfeição, sistema que enclavinha e estrangula o Regime, sistema que resume e rasura o Regime. Passos veio para não mudar coisa nenhuma. Passos é Sócrates. Downgrade dele. Hoje teremos o regresso em forma de farsa do impensável comentador que passará a residente da televisão pública. Ninguém compreende como esta loucura se materializou, a não ser como Tango que nunca deixou de ser dançado, aliança que nunca deixou de aliar Sócrates a Passos e Passos a Sócrates e o Pedro ao seu chefe e mentor, Relvas, naquele tipo de inimizade amistosa que se alia, na hora de preservar um bem maior. O bem maior para eles. Tendo em conta o nosso cansaço pelos falhanços e nulos resultados da Governação Passos, o objectivo desta escandalosa ressurreição de José Sócrates só poderá ser um: mais que a oportunidade de reescrita e reabilitação, o regresso à governação, porta aberta por quem já percebeu que não terá quaisquer tréguas por parte da Rua Exasperada. Mas como é que se faz esse regresso, dada a espessa crosta de rejeição de uma figura ainda hoje controlando tentacularmente tudo um pouco, media, chefias intermédias, posições ocultas?! Faz-se naturalmente. Quem não ousou afrontar o passado através das devida auditoria às contas públicas, prepara o regresso daquele que rebentou com elas. Quem não moveu uma palha pela renegociação a sério e imediata das parcerias público-privadas, das rendas obscenas da energia, pode perfeitamente preparar o regresso do que as assinou, as eólico-agravou, onerando-nos pelas décadas das décadas. Quem não teve colhões para operar uma séria e imediata responsabilização judicial dos óbvios prevaricadores dos Governos Sócrates, pois é como se nada se tivesse passado, pode preparar, e prepara de facto, com passadeira vermelha, o regresso do engenheiro. Em suma, Passos foi eleito, coligou-se com Portas, mas sequer se verificou a substituição do dirigismo e a massiva ocupação do Aparelho de Estado que o socratismo colonizou com requintes de tirano para muitos anos [em Lisboa ou de Paris], como se não fosse urgente um refrescar de ares e uma renovação espiritual e atitudinal à luz da nova esperança que este novo Governo comportava, mas defraudou. A duas únicas coisas novas no caminho passista até ao nosso cansaço e reprovação? Não haver dinheiro. A imposição pela Troyka de um reformismo cego com tesouradas que Governo nenhum, fora de uma intervenção externa, ousaria proceder por se tratar do máximo da impopularidade e garantia de espetanço eleitoral. Mas o que está a ser feito para além da Troyka, seca e cruelmente, sugerido por Borges e sublinhado pelos belmiros corresponde à desmoralização e à desistência de acreditar, trabalhar, investir, apostar em Portugal. Qualquer um, no seu perfeito juízo, fugirá, se puder, de um País que tem como desígnio e projecto retribuir esclavagisticamente e abaixo do limiar da sobrevivência. Quem abre a porta a Sócrates é Relvas. É Passos. Porquê? Porque a governação lhes esvai por entre os dedos. O excesso de zelo e a assunção de um papel mais troykista que a Troyka está a ser-lhes fatal. As gentes, as aspirações legítimas das gentes, não tiveram acolhimento neste Governo. Sócrates virá hoje com uma narrativa bem treinada sobre tudo quanto faria, teria feito, de diferente. E o Partido Socialista, que com Seguro e mesmo com Costa é uma sombra minada e fraccionada internamente pelo conspiracionismo socratista, pode regressar-lhe ao colo. A rua em Espanha, na Grécia e em Chipre, pura e simplesmente não suporta a loucura que caracteriza a actuação da Troyka: se há organismo tresloucado no plano macroeconómico e no plano das várias nacionalidades cilindradas, desrespeitadas, e por isso abominado, é ela. Ora, a crise política, ainda larvar, em Portugal não tem por onde estribar-se senão na rua, que, aliada à covardia tacticista do Partido Socialista, determinará certamente a demissão do Governo antes de uma humilhação proverbial nas próximas autárquicas. Gaspar, que aparecera como a âncora e o seguro de vida deste Governo, surge agora como a face de uma execução orçamental tragicómica, o rosto do excessivo e, conforme se tem visto, a Troyka não perdoará qualquer baquear do País, das suas metas, nem qualquer retrocesso no nosso processo de ajustamento: não se duvide que o veredicto do Tribunal Constitucional a este Orçamento é uma bomba-relógio prestes a mergulhar o País num susto e numa angústia em tudo semelhantes à cipriota. Perante isto, Passos e Relvas podem começar a olhar para o cronómetro na sua contagem decrescente. Se Sócrates pode regressar à RTP, os porcos andam de bicicleta e este Governo perdeu toda a vergonha. Os governos demitem-se em face de fracassos demasiado evidentes para serem desculpados. Não há, nem nos tem sido dada, qualquer esperança de uma mudança evidente de cenário económico e de redesenho do Sistema Político. A contaminação-infecção dos processos promíscuos do socratismo está incrustada no Regime, prossegue intacta com Passos, e resiste a tudo. Resiste a petições, na verdade expressões de revolta e indignação logo escarnecidas pelos comentadores do Regime: quem ouve, por exemplo, Pedro Marques Lopes a chamar-lhes «patetices», ouve o escárnio do Regime à doxa, à sensibilidade geral, ouve o Regime na sua previsibilidade e putrefacção. Resiste à revolta nas redes sociais, pólvora seca que não muda uma vírgula à ditadura de favorecidos que José Gomes Ferreira não se cansa de denunciar. Resiste à berraria dos blogues, uma das mais belas formas de impotência cívica e de Babel impotente na hora urgente de renovar o panorama da representação e da vida pública nacionais. Resiste às caixas de comentários, muros de lamentação, nos jornais em formato virtual. Segue impávida, risonha e serena. Sócrates secou o PS, fê-lo obediente e servil como uma organização mafiosa é servil e obediente ao seu padrone-padrino. Passos não pode secar o PSD. A um passo do abismo, o PSD dará um feliz passo em frente se os grandes cúmplices do socratismo, Relvas e Passos, prosseguirem o seu além-troykismo. Não estou apenas a apontar para um cenário de derrota clamorosa, no próximo sufrágio. Aponto para a ascensão tortuosa e ruinosa de José Sócrates, mediante a antena que o Governo Passos lhe outorga, lhe outorga como quem desiste, lhe outorga como quem capitula. A resposta da cidadania só pode ser uma: fora Passos! Abaixo Sócrates!
Comments
Não é resistência. É desresponsabilização. Inimputabilidade total. O primeiro político que ousasse estender as mãozinhas sófregas e papudas para o dinheiro dos contribuintes e que por isso fosse deixado a apodrecer na cadeia, seria também o último.
Como nada acontece, sem um sentido de decência que a trave, para a maior parte da humanidade, infelizmente, o que não é reprimido torna-se permitido.
O resto são pormenores. Faz tudo parte do mesmo quadro clínico.
Virginia