A MOÇÃO BATEU NA PAREDE

Não poderia haver melhor resposta à crise politizada e artificial das últimas semanas que esta moção aventureira do PEV. O PEV veio dizer que urgia terraplanar as políticas seguidas até aqui, muitas delas virtuosas e com resultados económicos virtuosos, há muito reclamados para o País e distorcidas pela agenda eleitoral dos partidos do alterne governativo. Veio apresentar a moção num acesso de oportunismo partidário e miopia anti-democrática ao tentar colar a velha e rançosa agenda do PCP à rua que, neste momento, anda a banhos. Do lado da maioria, uma parede institucional. Mais à Direita dessa Esquerda Radicalizante, o PS operacionaliza uma solução virtuosa e cumpre o interesse nacional em conjunto com PSD e CDS-PP. A visão particularista de cada partido e o sentido táctico e de oportunidade devem vergar-se ao interesse nacional e do que deve ser mantido e mudado para o atingir, o que passa por compromissos e cedências: o caminho seguido pelo PSD e pelo CDS-PP necessita de aperfeiçoamento e, aí, não há óbice à partida para o contributo socialista. Algum acordo terá de sair dessa negociação. Não se pode apodar de estratégia austeritária e empobrecedora a linha de cumprimento que tem garantido renegociações e alívios pontuais junto da Troyka, quer de prazos ou juros, quer de outras formas de obter melhores condições de pagamento da nossa dívida pública. Mudança de política em Portugal queriam-na o PCP, o PEV, o BE e a Ala Oportunista-Socratista e as razões são demagogia em estado bruto e de consequências brutais. Para que haja um acordo o que é preciso é, sim, aperfeiçoamento e equilíbrio do Memorando porque a margem portuguesa ainda é extremamente precária e os ganhos ténues. Comprometer esses ganhos, atrapalhar a recuperação económica, que já se desenha no horizonte de curto prazo, isso, sim, seria péssimo para a desejável evacuação da Troyka e o regresso aos mercados.

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