SEGURO TEM INIMIGOS

Nunca é de mais recordar que Seguro tem inimigos internos não negligenciáveis. Para começar, a bancada parlamentar não é sua, da sua lavra e livre escolha. Depois, se a vingança parisiense sobre Cavaco já mostrou os dentes e já mostrou os dentes sobre o Governo Passos, particularmente quando este se viu mais vulnerável no conceito público com a recente crise política, o tripé vingativo parisiense só fica completo com variadas formas de tortura intelectual, desprezo pessoal, menoscabo táctico-político e, por fim, trabalho de sapa pela mais humilhante possível remoção de Seguro de uma liderança que ainda há dias tremia sob uma chusma de morsas habituadas à eminencialidade parda no Partido e no Regime. Ter cedido a elas explica hoje parte da perda galopante de crédito deste líder e deste Partido Socialista junto dos portugueses, ainda que sossegue as facções mais torpes. Por trás, a insolente cambada de socratistas move-se na sombra apostada em que, mais dia menos dia, Seguro perca o Partido e em que a sua vida seja um inferno: as notícias do CM, «Seguro queixa-se de escutas» e «Escutas - PS suspeita há mais de um mês» confirmam um padrão consistente que observámos, ao longo dos anos 2005-2011, e o meu caríssimo amigo António Balbino Caldeira sistematiza, e muito bem, como «operações negras do regime socratino» materializadas em «vigilância ostensiva, intimidação, perseguição, intrusão, escuta, intercepção, intromissão, infiltração, ameaça, chantagem e pagamentos.» Seguro esperava o quê?! Não se abispe, não...

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