PR ANGOLANO, CEO DE PORTUGAL
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É nestas alturas que nos damos conta de que Portugal tem em Cavaco um presidente simbólico e formal, magnífico a acolher, acabado anfitrião, mas é em José Eduardo dos Santos que temos o verdadeiro presidente do nosso país. E é justo. O líder é simpático, muito menos espalhafatoso que o grande cromo pomposo e gesticulante que é o ainda-PM Sócrates, com os seus shows de aldrabar e a sua voz de peixeirar permanente. Qual é o mal que Cavaco seja uma espécie de vice-rei de Portugal e Dos Santos o vero Rei precisamente porque é mais forte e tem mais peso?! Sim, e o que é mesmo, no meio disto, Sócrates?! Sei lá, um Diogo Inácio de Pina Manique, um subalterno qualquer com funções de animação das hostes, pois governar é outra coisa, menos ostensiva, menos papalva, muito menos homiliária e quatro anos de homilías socratinescas, pelo amor de Deus. Só falta, evidentemente, pedir aos Buraka Som Sistema uma revisãozinha ao hino nacional e 'tá a andar a consagração de esta realidade. Pelo aparato que recobre a visita de estado de José Eduardo dos Santos a Portugal, atinge-se o zénite nas manobras de diversão da legislatura e o ápice da estratégia autocelebrativa dos negócios feitos por e para o apparatchik de favorecidos no regime socialista, afinal de contas, negócios, finança e parecerias über allen dingen. Evidentemente que não se trata de um visitante qualquer. É rico, muito rico. Tem poder. Muito poder. Há protocolos e negócios fabulosos que envolvem os dois estados e, na verdade, está muito em jogo porque a dependência portuguesa é notória e a penetração do investimento angolano em Portugal igualmente significativa, agora que, para o bem e para o óptimo, o ex-colonizado cumpre o desejo de colonizar o colonizador lá, onde mais lhe dói: na necessidade. Por isso mesmo, as preocupações democratizantes e do âmbito dos direitos humanos são residuais e minoritárias, para não dizer inconvenientes, e mesmo o BE opta por uma ausência das cerimónias parlamentares, no fundo um frete ao protocolo, comparado com o que Louçã diz, e bem!, de um regime - o angolano - cheio de defeitos e no mínimo escandaloso para com as populações locais. Uma visita complexa e de gestão emocional difícil, dados os paradoxos envolvidos. A par de Chávez e de Putin, Sócrates tem em José Eduardo dos Santos outro modelo de líder o mais conforme possível às próprias noções rudimentares de democracia que estafadamente vem evidenciando, para mal da vida política e social portuguesa, cada vez menos recomendável: «No encontro que mantiveram hoje ao fim da manhã no Palácio de Belém, os Presidentes de Portugal e Angola discutiram o problema dos vistos de entrada em Angola e disseram que este problema está em vias de ser resolvido. “Estamos empenhados em facilitar vistos e transportes aéreos”, disse Cavaco Silva, reconhecendo que estes podem representar “obstáculos” a uma maior cooperação económica entre os dois países. Sobre este assunto dos vistos, “há sintonia entre os governos de Angola e Portugal para trabalhar no sentido de um aprofundamento da cooperação”, acrescentou. O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, fez declarações no mesmo sentido: “É convicção minha que esse problema será resolvido”. Noutra ocasião afirmou: "Estaremos sempre abertos a receber pessoal qualificado e empresários portugueses que acreditam no sucesso de Angola." Além disso, comentou que interessava particularmente a Angola o investimento português nos domínios da educação, formação de quadros e investigação científica. O Presidente Cavaco Silva acabou por não comentar o processo de democratização em Angola, como lhe foi solicitado no fim da sessão de perguntas. No início da sua intervenção saudou calorosamente o Presidente José Eduardo dos Santos de quem disse ter "um papel muito importante para a paz, a estabilidade e a reconciliação entre os angolanos" e falou com muito entusiasmo da visita de Estado do Presidente angolano e da mulher Ana Paula dos Santos. "Quero que se sintam bem entre nós, tão bem entre nós como na sua própria terra", afirmou, realçando o "significado especial do relacionamento entre Portugal e Angola", um relacionamento "maduro, adulto" e baseado na "amizade" e no "respeito mútuo".»
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