MENSAGEM AOS QUE VIVEM COMO BICHOS

Crimes bárbaros como este desgostam-me profundamente. Dir-se-ia que a pulsão homicida decorre de um ódio à humanidade que se acalenta todos os dias no covil de ressentimentos em que um homem só se enclausure, doença que transvia o cérebro e enegrece o coração. Talvez Álvaro Luís Guedes amasse a sua rampa livre e desimpedida até à loucura. Matou por ela. Humanos, amem o vosso próximo, amem! Sejam afectuosos e calorosos para com as criaturas, sempre. E cada dia nos oferece uma oportunidade de não passarmos indiferentes e pelo menos sorrirmos. Hoje mesmo, ao subir a rampa para o pequeno mercado, olhei à esquerda e vi, por mero acaso, ao fundo, uma mulher que se erguia a custo. Ao seu colo um bebé chorava, o carrinho de compras tombado, as compras espalhadas. Haviam caído. Joelho ferido, bebé assustado. Agi, evidentemente, recolhendo as compras e manifestando toda a disponibilidade. Guerreiros nas causas cívicas e políticas, mas afectuosos e compassivos com os seres concretos, no seu contexto, na singular hora de actuar em seu favor. Esta é a minha mensagem aos que vivem como bichos.

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