SE TUDO CORRER MUITO MAL

«A subida acima dos 8% nos juros da dívida a dez anos e a reacção turbulenta dos mercados mostraram que Portugal também está numa situação muito frágil. Em dois dias, foi destruído um precioso capital de credibilidade que custou muitos sacrifícios aos portugueses. O País será visto, pelo menos durante as próximas semanas, como um doente terminal próximo da Grécia. Na melhor das hipóteses, quando a poeira assentar, os socialistas terão aquilo que queriam, ou seja, o poder, com mais tempo e mais dinheiro, que se traduz por segundo resgate. Nesse cenário, os cortes na despesa serão para cumprir e a troika continuará a exigir contas públicas saneadas, nomeadamente défice primário estrutural próximo do zero. A balança de transacções terá de permanecer positiva, o que exclui completamente as políticas de crescimento pelo consumo. Não imagino como é que os socialistas vão vender mais despedimentos e mais austeridade. A prazo, esquerda e direita radicalizam posições, o bloco central tenta fazer o impossível e a Alemanha vai perdendo a paciência. Se tudo correr muito mal, como pode acontecer, estaremos fora da zona euro ainda antes das eleições seguintes. » Luís Naves

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