TRETA XUXA, TROYKA E GREVE GERAL

Devemos exclamar em coro à Troyka e ao diabo que a carregue, perante quaisquer folclóricas Greves Gerais, que o País precisa é de trabalho. Não de greves. Nem de ilustres hipócritas preocupados com a própria vida bem encaminhada. Precisamos de trabalho digno, de trabalho indigno, de trabalho. Nós, que somos escravos para onde quer que emigremos apenas porque, para onde quer que emigremos, nos pagam bem, bem melhor que aqui, queremos trabalho de escravos dignos em Portugal para não ter de emigrar. Entre ser escravos e viver na indignidade do desemprego, prefiro ser escravo. Nós que nos forçamos a trabalhos forçados indignos quando emigramos, queremos trabalho indigno, ao menos trabalho, em Portugal. A Troyka quer que o Governo diminua, defraude, castigue o trabalho, mas o problema é que é preciso que haja trabalho nem que seja abaixo do salário mínimo para que se castigue, defraude e diminua o custo do trabalho. E não há. Nem esse. Não há oferta de emprego. Ponto. Ganhar 485 euros antes de impostos ou menos é bem melhor que não ganhar a porra de salário nenhum em Portugal. E choca que quem não tem trabalho e nada ganha em Portugal, de repente, se emigrar, possa ganhar 500 Libras/Semana a virar frangos. Aqueles que, com a converseta dos direitos, acham tolerável o volume de desemprego vigente, desrespeitam-nos, mesmo que surjam lampeiros a verberar a miséria dos 485 euros, quando a depreciação do trabalho é a força das coisas no contexto mais alargado do embate de blocos Europa/China/Estados Unidos: os direitos conseguidos em décadas de luta, do horário máximo de trabalho às férias pagas, do subsídio de desemprego ao salário mínimo não resistem no plano mais vasto do Mundo, onde os mais prósperos e mais ricos estão-se a cagar para os direitos e as conquistas. Tais direitos também foram cilindrados pela pressa com que em quinze anos o PS comprometeu em dívida pública a estabilidade da vida das pessoas e quaisquer possibilidades de crescimento económico em Portugal em favor da piromania vistosa do presente, do esbanjar do momento, da vistaça eleitoral do momento. Um mau trabalho. E agora pagam os desempregados, os precários, os mal pagos. Não há trabalho. Não há nem o castigo do trabalho, nem a penitência do trabalho. Nada. Precisamos de trabalho, do trabalho. Trabalhemos juntos para o defender da sanha demagógica dos que prometem dinheiro e soluções instantâneas, se forem Governo. Trabalhemos juntos para nos defendermos da Treta Xuxa. Hoje, as Greves Gerais estão gastas. Só convêm aos ressabiados da pseudo-Esquerda Socratista, aos patetas anacrónicos de Esquerda com o rei na barriga. Rebelem-se contra a Troyka. Emigrem, se puderem. E mandem foder a fauna política xuxa que nos desgraçou. Digam que vêm da minha parte.

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