CINQUENTA CÊNTIMOS

O Estado Português tornou-se absolutamente irrecomendável em grande parte devido a longos anos de saque e gestão danosa pelos partidos de poder e a clique de interesses habituais a eles agregada. Nunca se desceu tão baixo como com o Filho da Puta Ladrão Reles Charlatão Salteador Anormal Intocável, vendedor de feira omnipresente nas TV, Rádios e Jornais de 2005 a 2011, agora em paz e sossego por Paris. Ao contrário do que encarniçadamente escreva Manuel António Pina e outros caolhos da crítica e da opinião política, Passos é sério e normal, também parece normal e sério, o que vale milhões e nos poupa a mil preocupações. Mas para que Passos Coelho fosse perfeito, bastaria não aparecer todos os dias, não inaugurar duas vezes coisas que vão falir depois, não fazer sermões e homilias paternalistas ou outras, a não ser os estritamente necessários e funcionais [da função que cumpre]. Não podemos olhar para ele e ver mais um Primeiro-Ministro bem intencionado, como as criaturas infernais. É que se os portugueses sofrem em silêncio o garrote, a criatividade dos sacrifícios importos, merecem, no mínimo, o silêncio higiénico dos que nos impõem tão duras privações e vão além da Taprobana reformista Troyka, não com os estômagos cevados do Regime, mas com a nossa há muito indigente e encornada indigência. Não temos dinheiro para uma vida digna? Não o ganhamos cá nem o podemos poupar sem impensáveis faltas? O Fisco português esmaga e desmoraliza quem não pode escapar? Tirando abandonar Portugal, tudo seria bem diferente se passássemos a um novo nível de solidariedade sacos-de-compras para que um português de rastos se erguesse todos os dias: cinquenta mil vezes cinquenta cêntimos dados por cinquenta mil portugueses ajudariam todos os dias um português objectivamente de rastos no corredor da morte desemprego, na exclusão fatal de haver máquinas que substituem gente desemprego. Penso nisso quando dou cinquenta ou mais cêntimos à cigana romena que se acua todos os dias à porta do supermercado vai para anos, já, quando converso com ela: «Beijinhos à sua marida e às minina!», diz ela. Não consigo ignorar nem dar as costas. Cinquenta cêntimos! Sempre seria mais nobre que refugiar o dinheiro, agasalhando-o, em offshores, como fazem quase todos os nossos porcos triunfantes.

Comments

Anonymous said…
«Beijinhos à sua marida e às minina!»
Sigo com toda a tenção o seu blogue, mas com todo o respeito e
Desculpando-me a ironia … por 50 cêntimos o Portugues está “excelente”…
Sabe … ~b faltará muitoq sejamos nós a fazer esta mesma FIGURA depois de tanta emigração …
Anonymous said…
«Beijinhos à sua marida e às minina!»
Sigo com toda a tenção o seu blogue, mas com todo o respeito e
Desculpando-me a ironia … por 50 cêntimos o Portugues está “excelente”…
Sabe … ~b faltará muitoq sejamos nós a fazer esta mesma FIGURA depois de tanta emigração …

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