POÉTICA


Para haver poema
não é preciso mais: estes poros,
que tudo sentem e com tudo vibram,
uma toalha
[longa, enodoada de vinho ou molho,
gotículas de cerveja,
o halo de um copo que ali pousou,]
de papel onde escreva,
tinta que tinja azul
para dizer
o que nem esta mão
nem esta mente
nem nada
nem ninguém
suspeitam enterrado.

Até à erupção
da forma
e a forma ser lava,
e a forma expulsar de si-lama,
pureza sequiosa
vital,
de indizível glória.

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