PROFISSÃO

Até ao fim do caminho,
uma espera viva arda em ti,
aquela que te marcou indelével,
aquela que te fulminou inegável,
quando, há muito tempo,
encontraste CRISTO.

Passe-se o que se passe,
aconteça o que acontecer,
doa o que doer,
morra ou nasça a surpresa,
nada te abale,
porque a Meta é Ele,
é Ele a presença que pressentes em tudo,
unificando-te o coração,
revestindo os teus passos de sentido,
hora a hora, segundo a segundo.

Derramem-se as obscenidades cívicas que se derramarem,
neste Portugal complexado e a reboque servil de outros países por serem os tais,
homologizem-se as leis abortivas liberalizadoras que se homologizarem,
à imagem e semelhança dos países que as têm mais liberais,
como se isso fosse modelo de alguma coisa de verdadeiramente bom,
faça-se da história o que se fizer,
é irresistível que Ele seja Tudo
e satisfaça a todos,
delicada e respeitosamente,
na medula das suas fomes,
no cerne das suas ânsias,
já no tempo ou no Além-Tempo.

Assassínios, salazares,
a Sibéria de Estaline,
os programas eugénicos e etnicidas de Hitler,
forquilhas Pinochet,
sanguinários Sadam,
messiânicos Bush ou Sócrates,
toda a pomposa palha passará,
todo o pó assentará,
toda a chuva ou neve ou lama ou estrume
fará o seu papel,
toda a voz soará o seu limite luminoso e fugaz de limite presunçoso ou humilde,
mas a hora total
será certa na hora de cada qual,
e a nossa Hora Completa és Tu,
Senhor Jesus Cristo,
que disseste que nem um copo de água dada ao mais pequeno do Reino dos Céus
ficaria sem recompensa.

Pois a hora é de, no fundo, romper com isso,
a hora é a de pagar paradoxais multas por crimes ambientais,
coimas paradoxais por lixo nas esquinas das cidades,
paradoxais penalizações pela caça a espécies em risco,
enquanto se deixa a vida dos mais pequenos ao livre arbítrio de cada qual,
enquanto se deixa a vida dos mais frágeis
sob o cutelo libertário,
nihilista, de uma mundividência materialista,
decadente, autofágica, autotélica.

Esboroaram-se todos os projectos de salvação ideológica,
talvez agora só o planeta seja A causa agregadora,
a fé cristã é um sussurro de rato,
na sociedade,
talvez fermente, talvez não,
talvez salgue, talvez não;
prudentemente silenciosa e mandada calar
(sob o argumento democrático esquerdizante
- e órfão! - da necessidade de uma neutralidade eclesial conveniente ou conivente),
a voz da Igreja é prontamente ridicularizada pela mó da Imprensa
ou pela sátira permanente do Bloco de Esquerda,
com a sua retórica sempre divertida e cínica
como toda a retórica do ateísmo chique.

Mas ainda há uma Esperança Poderosíssima
agindo,
que escapa a contas de cabeça
e a simulações computadorizadas.
Pousem pois as aves do céu na Árvore
em que se tornou a Semente de Mostarda.
Abram os olhos e vejam o que se desenha à nossa frente.

Até ao fim do caminho,
uma espera viva arda em ti,
aquela que te marcou indelével,
aquela que te fulminou inegável,
quando, há muito tempo,
encontraste CRISTO.

Amigos vêm e amigos vão,
mas ESTA É A ROCHA
SOBRE A QUAL EDIFIQUEI
A MINHA CASA.

Comments

thorazine said…
A igreja matou Jesus, o histórico!
Fez dele um cristo! ;(

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