ANA AVOILA É SÓ UMA PAPOILA


António, tudo bem que quando eu oiço a camarada Avoila
a falar em formas de luta todo me arrepio de jurássico cassetiano.
Mas deixa-me que te diga só isto: quando os caramelos de esses gestores
de tudo e mais alguma coisa, investidores no que hoje se revela ter sido e ser tóxico,
virem moralizados os seus proventos, eu também pedirei tento nas reivindicações.
lkj
O facto de estar na merda e fora do taxinho mínimo que o Estado-PS
reserva prodigamente aos seus indefectíveis e apaniguados,
não me retira lucidez para dizer isto e bem mais.
Se puxares por um fio de mim, verás a informação adicional
que descarrego. Irresponsáveis por irresponsáveis,
parece que não foram os colaboradores-trabalhores-escravos modernos,
suplantados na maior parte dos casos pela produtividade das maquinarias,
que engendraram esta crise, mas servem de tapete dos pés
para pagá-la e suportá-la, não é? Deixa a pobre jurassiana Ana Avóila
em sossego a receber por inteiro o seu para representar
a classe oprimida dos vendedores de trabalho.
Não é ela o tubarão-martelo do despesismo e da irrealidade, a coitada.
lkj
Se sistémica e conjunturalmente não é realista falar de aumentos,
concedamos que não é!, então que se veja moral, contenção e comedimento
em todos aqueles sectores que se vêem obscenamente retribuídos.
Ou não será assim?
lkj
Porque, caríssimo Jorge, até é fácil estar de acordo consigo.
Mas mereceria a pena compreender por que motivo está a CGTP
a trilhar um caminho populista, utópico, irrealista,
não será porque se perfilha um cenário retributivo
clamorosamente dual na nossa sociedade? A fraqueza
dos regimes democráticos apanhados pela armadilha da crise
e logo pressurosos a alavancar a Banca expôs de igual modo uma fragilidade moral
que não pode agora ser escamoteada. Havia algo a apodrecer
nas nossas democracias. Uma estrutura produtiva cada vez mais mecanizada,
tecnologicamente autónoma, alijada deslocalizadoramente para o Oriente;
taxas de desemprego por cá acomodaticiamente altas como preço.
jhl
Algo vai mal com este modelo. Não sei por onde se poderá conter
uma bolha de rebelião generalizada nos tempos que se aproximam.
Porque provavelmente perante o que aí se aproxima,
a conversa doutoral sobre economia não escapará
a uma diarreia prolongada e intratável.

Comments

Peter said…
"Segundo a dirigente sindical Ana Avoila, a Frente Comum "não aceita os argumentos do Governo" para insistir no aumento de 2,9 por cento nos salários tendo por base uma previsão de inflação de 2,5 por cento."

Bem se está o Governo nas tintas...
Tiago R Cardoso said…
vais-me desculpar, avanço pelo dia da manifestação, dia 21, que dia achas que é?

Já uma vez falamos sobre isso...

Agora manifestação contra os aumentos, 2.9, certo ?

Eu a achar que ainda andavam em negociações.

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